Após 41 semanas de uma gestação saudável e sem problemas aparentes, a pequena Isabela deveria ter nascido neste domingo em Joinville, na Maternidade Darcy Vargas. Seus pais, Gabriela e Jadison, aguardavam com ansiedade o nascimento da criança, e a internação, no domingo, marcaria o fim do nervosismo e o começo de uma nova e frágil vida.
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Mas a pequena Isabela nunca abriu os olhos. Um último check-up da equipe médica mostrou que o coração do bebê havia parado de bater, forçando uma cesariana de emergência. Isabela veio ao mundo, mas já sem vida. A família e os amigos, que acompanharam cada passo da gestação, dividiram com os pais da criança o choque da notícia.
– Todos os exames básicos do pré-natal foram feitos e indicavam uma criança saudável até o último minuto. O problema foi que a equipe médica forçou um parto normal até o último momento, e só fizeram a cesariana quando o coração dela parou de bater – explicou o primo e amigo do casal, Cleiton Coradelli.
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A maternidade Darcy Vargas é reconhecida pelo grande número de partos normais, e de acordo com familiares de Gabriela e Jadison, a insistência do hospital pelo parto induzido foi a causa da morte de Isabela, pois a mãe não possuia dilatação suficiente para o nascimento do bebê.
No final da noite desta segunda-feira, a Secretaria de Desenvolvimento Regional (SDR) de Joinville, responsável pela administração da Darcy Vargas, divulgou um comunicado oficial sobre a morte do bebê. De acordo com a nota, a maternidade vai ouvir nesta terça-feira pela manhã a equipe técnica, os dois médicos e enfermeiros que atenderam Gabriela. Também será feita avaliação do prontuário médico.
– É preciso aguardar o resultado do exame de anatomopatológico da placenta para saber das causas reais da morte de recém-nascido, além do resultado da necropsia. Depois disso será possível dizer se houve ou não erro ético de imprudência, negligencia ou imperícia – explica.
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O diretor da maternidade, Fernando Marques Pereira, explicou que apesar do grande número de partos que a unidade realiza mensalmente, uma morte como a de Isabela sempre deixa toda a equipe abalada.
– Nós temos procedimentos bem coordenados e específicos aqui dentro. Quando se faz essa indução e o trabalho de parto não evolui conforme o esperado, indicamos a cesariana. Mas a decisão é do médico responsável, por isso é necessário escutarmos os envolvidos e apurar os fatos.
Fernando explicou que caso o erro médico seja constatado nos próximos dias, a maternidade abre uma sindicância interna que deve submeter um laudo final ao Conselho Regional de Medicina (CRM), que é o órgão competente para julgar situações como esta.
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