Uma menina de um ano e oito meses ficou gravemente ferida após ser ferida por golpes de madeira na tarde deste sábado, 18 de março, no bairro Rio Bonito, na zona rural de Joinville. O ataque ocorreu durante uma discussão entre o proprietário da quitinete onde a família morava, a mãe e o avô da criança.
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Segundo a versão da mãe, Charlene Rodrigues, 23 anos, apresentada à Delegacia de Homicídios, o agressor utilizou um pedaço de pau para intimidá-los enquanto os acusava de furto. Além disso, já havia problemas entre o locatário e os inquilinos a respeito de atraso de aluguel.
O desentendimento começou depois que o proprietário do imóvel, localizado na rua Teodoro Brietzig, chegou ao local e iniciou uma discussão com o pai de Charlene, Rumão Rodrigues, 53 anos. Durante a briga, ele teria ido até o carro e buscado o pedaço de madeira, que utilizou para agredir Rumão com duas pancadas. Em seguida, ao tentar atingir Charlene, acertou a criança, que estava no colo da mãe.
– A boca dela começou a ficar roxa na mesma hora. Eu já desesperei, saí correndo com ela no colo, ele veio e deu uma paulada nas minhas costas – conta Charlene.
De acordo com a família, a menina sofreu traumatismo craniano e chegou a perder massa encefálica. Ela foi transportada para o Hospital Infantil pelo helicóptero da Polícia Militar e está na unidade de tratamento intensivo (UTI). O avô, Rumão, foi levado para o Hospital Bethesda, em Pirabeiraba, e transferido para o Hospital São José no domingo, mas seu estado não é grave e deve receber alta hoje.
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Na noite de sábado, o imóvel onde a agressão ocorreu, que tem pelo menos cinco quitinetes e abriga também uma igreja em uma de suas salas, foi invadido e vandalizado. A casa onde a família vivia teve portas arrancadas, janelas quebradas e móveis derrubados e estragados, assim como os vidros das janelas de outras quitinetes. Um membro da igreja localizada no mesmo imóvel, que não quis ter o nome divulgado, contou que até o depósito onde eram guardados itens de alimentação da congregação foi quebrado. Ele, assim como outros moradores que não quiseram ser identificados, descreveu o agressor como uma pessoa muito calma.
– Fomos chamados às pressas para retirar tudo que havia no depósito. Os vizinhos estão muito assustados – afirmou.
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Este é o segundo caso envolvendo agressão a criança menor de três anos nesta semana em Joinville. Na quarta-feira, um homem derrubou combustível no filho e ameaçou colocar fogo na casa e na criança, na zona Sul da cidade.
Delegado espera que agressor se apresente nesta segunda-feira
O delegado Fabiano Silveira, da Delegacia de Homicídios, espera que o suspeito se apresente com seu advogado de defesa ainda nesta segunda-feira. Foram empreendidas buscas pela Polícia Militar durante o sábado e o domingo e, por enquanto, o homem de 47 anos é considerado foragido. Segundo o delegado, não há registro de ocorrências criminais contra ele.
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– É um litígio civil, está claro para nós que a motivação é um desacerto com o contrato de aluguel deles – avalia Fabiano.
No domingo, ele ouviu o depoimento de Charlene, e espera que possa conversar com Rumão ainda hoje, se ele receber alta. Outras testemunhas também serão ouvidas, assim como a versão do suspeito, para entender o que levou ao crime. O que, no inquérito, não muda a gravidade da ocorrência.
– Essa questão [o atraso no aluguel e a suspeita de furto] torna-se apenas um acessório em relação à desproporção entre a motivação e a ação dele. Uma criança foi ferida, e todo o resto fica muito pequeno perto disso – afirma o delegado.