O caso da bebê abandonada na Igreja Matriz de Palhoça na quarta-feira sensibilizou a população da Grande Florianópolis, e desde então o Conselho Tutelar da cidade não parou de receber ligações de interessados em adotar a menina. A valente Valentina, como a mãe escreveu na carta que deixou com a menina, segue em observação no Hospital Regional e está bem, e assim que receber alta deve ser encaminhada para adoção. Apesar do desejo de muitos de levar a criança para casa, existe um cadastro único de adoção, e os primeiros da fila tem preferência.
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Mãe deixou carta junto à bebê abandonada em Igreja de Palhoça
O promotor de Justiça da Infância e Juventude de Palhoça, Aurélio Giacomelli da Silva, explica que entrou com uma medida judicial e não pode comentar o caso, pois o processo corre em segredo de justiça. Apesar disso, a conselheira tutelar de Palhoça, Nazaré Borges, adiantou que teve informações que a bebê será encaminhada diretamente para adoção, sem precisar ir para o acolhimento.
Bebê é abandonada na Igreja Matriz de Palhoça
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O juiz corregedor do Núcleo de Direitos Humanos do Tribunal de Justiça de Santa Catarina, Alexandre Takaschima, destaca que este procedimento é possível, já que não será necessário fazer o processo de destituição familiar, e a criança não poderá ser prejudicada por uma eventual demora na investigação:
– A criança pode ser encaminhada diretamente para a convivência com a família que irá adotá-la. Caso a mãe apareça e venha a se arrepender, vai poder discutir a questão na justiça – explicou.
Entregar o filho para adoção não é crime
Casos de abandono de bebês acabam provocando revolta e indignação em grande parte da população, e o juiz corregedor esclarece que os genitores que por qualquer motivo não desejam ou não tem condições de criar os filhos tem a opção de colocar a criança para adoção logo após o nascimento:
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– Não é crime entregar o filho para adoção. Apesar de ainda existir muito preconceito, é um direito. O sigilo é garantido, e é uma opção muito melhor do que abandonar em algum local público. Na própria maternidade a mãe já pode externar este desejo e a assistência social aciona o Conselho Tutelar para regularizar a situação – esclarece Takaschima.
O que leva uma mãe a abandonar um filho
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