O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) manteve a projeção de estabilidade em 2009 para o preço da gasolina e do GLP (gás liquefeito de petróleo), ou gás de bujão.

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Foi mantida também a perspectiva de reajuste das tarifas de telefonia fixa e de eletricidade para este ano em 5% e 8,1%, respectivamente, de acordo com a ata da reunião do Copom realizada na semana passada, e divulgada nesta quinta-feira.

A avaliação dos diretores do BC, que compõem o comitê, a respeito de um cenário mais favorável para a inflação doméstica não foi apenas retórica. Segundo a ata, a projeção para a inflação em 2009, pelo cenário de referência, recuou em relação ao valor considerado na reunião do Copom de dezembro e se situa abaixo do valor central de 4,50% para a meta fixada pelo Conselho Monetário Nacional.

Vale destacar que, no cenário de referência, foram levadas em consideração a manutenção da taxa de câmbio em R$ 2,35 por dólar e da taxa Selic em 13,75% ao ano em todo o horizonte.

Para 2010, a projeção de inflação, ainda segundo o cenário de referência, recuou em relação ao valor considerado no Relatório de Inflação de dezembro e se encontra “sensivelmente abaixo” do valor central de 4,50%.

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“O Copom enfatiza que o principal desafio da política monetária nesse contexto é garantir que os resultados favoráveis obtidos nos últimos anos sejam preservados” segundo diretores do BC.

O comitê avaliou que a probabilidade de que pressões inflacionárias inicialmente localizadas venham a apresentar riscos para a trajetória da inflação diminuir. Sobre o mesmo tema, o documento divulgado nesta quinta destacou também que os membros do Copom enxergam, atualmente, um risco menor de repasse de preços do atacado para o varejo.

Outro motivo citado no documento como argumento para esta avaliação é o de que o repasse depende “de forma crítica” das expectativas dos agentes econômicos para a inflação.

Ociosidade na indústria

A queda do uso da capacidade instalada da indústria “sinaliza sensível ampliação da margem de ociosidade da indústria”, diz a ata do Copom. O BC destaca que o Nível de Utilização da Capacidade Instalada na indústria de transformação atingiu 81,3% em novembro de 2008, abaixo do patamar observado em outubro, segundo dados da Confederação Nacional da Indústria (CNI) dessazonalizados pelo BC.

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Para a autoridade monetária, a queda do indicador “parece resultar de combinação da maturação de projetos de investimento com a acomodação da atividade”.

No período de aumento dos preços visto até meados de 2008, o uso da capacidade instalada era um dos indicadores mais acompanhados pelos economistas para se verificar a possibilidade de surgimento de pressões inflacionárias geradas pelo descompasso entre demanda e oferta.