A taxa básica de juro, a Selic, está mantida em 7,25%, o mínimo histórico atingido em outubro deste ano. O anúncio foi feito nesta quarta-feira à noite pelo Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC). Foi a primeira manutenção depois de dez reduções consecutivas na taxa, com a intenção de impulsionar o crescimento econômico no país, que insiste em não engrenar.
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Apesar disso, os índices de crescimento não saem dos níveis baixos e as projeções não são muito animadoras. De acordo com o ex-ministro da Fazenda Marcilio Marques Moreira, o efeito de estímulo à economia não veio em função da conjuntura da economia brasileira.
– Para que tivesse efeito, precisaria vir acompanhada de um ambiente propício a negócios, com regras claras, facilidades de infraestrutura e de investimentos. – afirma Moreira.
Na última segunda-feira, o Boletim Focus, divulgado semanalmente pelo BC e baseado na percepção do mercado financeiro, reduziu a previsão de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro para 1,50%, a menor estimativa do ano. A projeção de expansão do PIB de 2013 também diminuiu, chegando a 3,94%.
Para o ex-diretor do Banco Central e economista-chefe da Confederação Nacional do Comércio, Carlos Thadeu de Freitas, a queda na taxa Selic tem aspectos positivos, mas não está tendo o efeito esperado.
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– É bom porque diminui o custo da dívida pública, diminui a carga tributária e baixa o custo de trabalho. O problema é que chegamos em um ponto em que a economia não cresce rápido porque o momento todo é ruim, no mundo inteiro. Se não houver nenhuma grande surpresa no cenário internacional, acredito que o Brasil voltará a crescer bem no segundo semestre de 2012 – avaliou Freitas.