O Banco do Brasil considera que a situação de acesso a crédito no mercado externo apresentou uma melhora em relação a setembro, embora com prazos mais curtos que os praticados até o agravamento da crise internacional. A avaliação da instituição é que os bancos brasileiros serão os primeiros a verem restabelecidos os volumes de recursos no mercado interbancário internacional.

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Em outubro, o BB conseguiu rolar 110% dos vencimentos das linhas externas e em novembro, até hoje, esse porcentual está em 142%. O executivo lembrou ainda que a instituição tem conseguido manter o nível de desembolsos nas linhas de crédito ao comércio exterior. Em outubro o total foi de US$ 1,4 bilhão, mesmo patamar dos meses anteriores.

Apesar da retomada dessas linhas no Exterior, os prazos estão mais curtos. As linhas de crédito internacional variavam entre um e três anos e agora estão entre 180 e 200 dias. Para o vice-presidente de Finanças e de Relações com Investidores da instituição, Aldo Luiz Mendes, a tendência é que a oferta de recursos e os prazos voltem gradualmente aos padrões pré-crise.

– Acredito que podemos ter uma reversão desse quadro na metade do ano que vem – disse em teleconferência a analistas.

Além disso, o executivo considera positivo o posicionamento do Banco Central em promover leilões de moeda estrangeira aos bancos brasileiros. Ontem, a autoridade monetária fez um leilão de dólar com prazo de 360 dias.

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Financiamento de veículos

O Banco do Brasil quer ocupar o espaço deixado pelos bancos médios e pequenos no financiamento de automóveis. A avaliação é que o volume de operações para esse segmento se reduziu recentemente não em conseqüência de uma queda de demanda, mas sim pela menor oferta das instituições de menor porte.

– Queremos aproveitar esse vácuo para crescer – afirmou Mendes.

A participação do BB no mercado de crédito a veículos é menor em relação a outros grandes bancos. A carteira de financiamento a autos somava R$ 5,6 bilhões ao final de setembro. Apesar do crescimento de 151,7% na comparação com o mesmo mês do ano passado, esse valor é inferior ao registrado pelo Bradesco, que era de R$ 31,2 bilhões, e do Itaú, de R$ 39,4 bilhões.

Até o final do ano a instituição pretende que a carteira de crédito de veículos chegue a R$ 6 bilhões. Sem divulgar as metas para 2009, a avaliação é que mesmo com a desaceleração da economia é possível crescer nessa modalidade de financiamento.

Para reduzir o risco dessa carteira, que está em fase inicial, a estratégia do BB tem sido dar preferência para o financiamento de veículos novos. Esse segmento possui um percentual maior de aprovação de propostas (60%), contra 40% dos usados. O prazo médio da carteira é de 42 meses. Além disso, a instituição não tem exposição em motocicletas, que possuem risco de crédito maior, e a carteira total de veículos representa cerca de 10% da carteira total da pessoa física.

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– O componente risco do financiamento a automóveis acaba sendo diluído no crédito pessoal porque temos uma concentração em crédito consignado, de menor risco – explicou o executivo.

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