Estabelecimento de luxo de história quase bicentenária, frequentado pela imperatriz austríaca Sissi, o hotel Baur au Lac, em Zurique, se tornou mundialmente famoso: foram em suas suítes de 3.000 euros a diária que uma quinzena de dirigentes da Fifa foram surpreendidos pela polícia, em maio e dezembro do ano passado.
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A história recente da Fifa não pode se desvinculada deste hotel 5 estrelas, inaugurado em 1844 ela austríaco Johannes Baur.
Em 27 de maio do ano passado, sete altos dirigentes do futebol mundial, incluindo o ex-presidente da CBF, José Maria Marin, foram presos nas dependências do hotel, a pedido da justiça norte-americana, acusados de terem aceitado milhões de dólares em subornos.
Em 3 de dezembro, a história se repete. Os policiais suíços foram buscar no hotel dois vice-presidentes da Fifa, o paraguaio Juan Ángel Napout e o uruguaio Eugenio Figueredo.
Estabelecimento de prestígio, que já recebeu grandes personalidades históricas, como a Imperatriz Elizabeth da Áustria, o compositor Richard Wagner ou o músico Elton John, o Baur au Lac caiu no gosto dos membros da Fifa.
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“Diversos membros do Comitê Executivo ou presidentes de confederações costumam ficar lá”, explicou um dos membros mais antigos da Fifa.
Além de todo o luxo, os cartolas podem degustar também da alta culinária francesa do chef Laurent Eperon, uma estrela Michelin, que oferece um menu “Harmonia” ao custo de 217 euros.
“Os membros do Comitê Executivo e outros altos responsáveis podem escolher entre diversos lugares de hospedagem”, explicou uma outra fonte próxima da Fifa, que cita os hotéis Hyatt e Savoy.
“Mas se não fizerem um pedido específico, um quarto no Baur au Lac é reservado automaticamente”, continuou a fonte, afirmando que a Fifa tem um acordo com o hotel.
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Para o dia do Congresso Eletivo do próximo presidente da Fifa, em 26 de fevereiro, o hotel já está todo reservado, dos quartos de 50 m2 com vista para o canal (1.089 euros) às suítes Deluxe de 90 m2 com vista para o lago (3.448 euros).
Apesar do hotel ter mantido a reputação de excelência, a série de prisões -com cobertura intensa da mídia mundial-, provavelmente não pode ser vista como a melhor das campanhas publicitárias .
“Como vocês podem compreender, nossa prioridade é servir nossos clientes, respeitando a confidencialidade”, respondeu a gerência do hotel, perguntada pela AFP a respeito das diversas prisões no local. “Por isso, não podemos responder às perguntas relacionadas à Fifa”.
* AFP