O calor da tarde de sábado não intimidou os visitantes que, com olhares curiosos, caminhavam pelos corredores da 6ª Feira do Livro. Poucos deles voltaram para a casa de mãos vazias. A auditório, lotado, esperava o bate-papo sobre teatro. Às 16 horas, iniciou a conversa entre Cristóvão Petry, Amarildo Almeida, Dionisos Teatro e o principal convidado: o dramaturgo Alcione Araújo.
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Mediado por Almeida, o bate-papo iniciou com a fala de Petry, produtor teatral. Seu discurso foi sobre o texto “Os Palhaços”, escrito por Miraci Dereti. Por causa da censura, a narrativa não pode ser encenada no Harmonia Lyra em 1968. Anos depois, com o apoio do Sistema Municipal de Desenvolvimento pela Cultura, foi organizado e publicado por Petry.
– O texto tratava os políticos e o Governo como palhaços, por isso a censura – explica.
O grupo Dionisos Teatro contou as experiências na dramaturgia e a intimidade com o texto.
– Trabalhamos com as paixões de cada ator, e colocamos a ideia em cena. Cada um, abraça a paixão do outro – alegou Silvestre Ferreira, presidente da Fundação Cultural de Joinville e um dos fundadores da companhia.
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Araújo trouxe em sua bagagem inúmeras experiências, pois além de dramaturgo, é filósofo, romancista, escritor, roteirista de cinema e TV, ensaísta e cronista falou da essência do teatro.
– Não pode existir censura no teatro, uma vez que ele é a expressão cênica da vida -afirmou.