Os bloqueios nas rodovias de Santa Catarina na última semana são alvo de um relatório entregue ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) nesta terça-feira (8). O documento traz informações sobre uma organização criminosa suspeita de financiar o movimento em Santa Catarina, que chegou a ter 136 pontos bloqueados na última semana. Entre os “patrocinadores”, segundo o Ministério Público de Santa Catarina (MPSC), estão empresários e agentes públicos.
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Conforme o promotor-geral do MPSC, Fernando da Silva Comin, desde 30 de outubro equipes monitoravam as ações dos manifestantes em Santa Catarina. O motivo para os bloqueios era o descontentamento com o resultado das eleições, que terminaram com a vitória do ex-presidente Lula (PT).
— Elaboramos um relatório de toda a atuação do MP e de outros órgãos, desde o 30 de outubro quando começaram as primeiras movimentações […]. Foi um relato minucioso da nossa atuação e também o que identificamos pelas equipes de inteligência — disse o procurador em entrevista à CBN Floripa.
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Foi por meio deste relatório que o grupo identificou a existência de uma organização criminosa que estaria incentivando lideranças comunitárias e movimentos de caminhoneiros para que realizassem essa manifestação. Os agentes atuavam nos bastidores dando apoio não só financeiro, mas também logístico aos participantes.
— O que nos preocupou é que, além do financiamento, essas manifestações passaram a alcançar um grau de perigo, onde passaram a ser violentas, inclusive com emprego de violência contra as forças policiais — explica o promotor.
Como trouxe a colunista do NSC Total, Dagmara Spautz, o documento aponta que o grupo está por trás da estrutura de alimentação, logística, banheiros químicos, entre outras facilidades que possibilitam os bloqueios ilegais das estradas. Em outros estados, o grupo inclui também políticos com mandato.
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A origem da organização, porém, é incerta, mas de acordo com a promotoria há ramificações em Santa Catarina. As investigações, que são sigilosas, continuam a fim de identificar todos os envolvidos no esquema.
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— Há uma investigação da atividade dessas pessoas nas redes sociais, que atuam nos bastidores, e como ocorria a arrecadação, quem financiou a estruturação dessas bases e incitou a prática de violência contra a polícia — complementa.
Além do MP, também participaram das investigações o Gaeco, Polícia Militar de Santa Catarina e Polícia Rodoviária Federal (PRF).
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