Enquanto as equipes ajustavam os detalhes para o primeiro debate dos candidatos à prefeitura de Blumenau nas Eleições 2024, os postulantes ao cargo já discutiam, a portas fechadas, as últimas estratégias minutos antes do início da transmissão desta terça-feira (20). Junto a eles, alguns velhos conhecidos da política blumenauense norteavam os prefeituráveis de como se comportar nas quase duas horas de embate que viriam pela frente.
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Por regra, os candidatos só puderam levar um assessor para acompanhá-los no estúdio. Lado a lado, atentos e concentrados, com papeis que registravam desde frases prontas a resumos de ideias, figuras carimbadas se encontraram: Nelson Santiago, conhecido nas corridas eleitorais blumenauenses há pelo menos duas décadas, que foi coordenador das campanhas de João Paulo Kleinübing em 2004 e 2008, é o “marqueteiro” da campanha de Delegado Egidio (PL).
Já o ex-vereador Fábio Fiedler foi o braço direito de Ricardo Alba (Podemos) no debate. Onor Filomeno, publicitário que foi coordenador das campanhas de Napoleão Bernardes tanto em 2012, quanto em 2016, foi o escolhido para acompanhar Ana Paula Lima (PT) no estúdio.
Quando chegaram, os cinco concorrentes à principal cadeira do Executivo blumenauense se cumprimentaram cordialmente, entre sorrisos e alguns abraços. Odair Tramontin (Novo) apontou para os três candidatos que são formados em Direito e para quem deu aula — Delegado Egidio, Ricardo Alba e Rosane Martins (PSOL) — e constatou:
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— Só faltou a Ana Paula.
Veja como foi o debate entre os candidatos a prefeito de Blumenau no NSC Total
Ao sinal do ao vivo, os semblantes ficaram mais sérios e o tom mudou. As trocas de farpas continuaram mesmo nos intervalos, ainda que disfarçadas com risadinhas. Ana Paula e Alba, que dividem ao menos duas propostas semelhantes — a da tarifa zero no transporte coletivo e da construção de Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) — tiveram um breve diálogo enquanto recebiam instruções ao pé do ouvido dos assessores:
— Ele roubou de mim a proposta da UPA — disse, sorrindo, Ana Paula.
— Vou precisar de ti lá em Brasília para poder implantar — respondeu, rapidamente, Alba.
— E eu de ti para ganhar o segundo turno — encerrou a petista.
Com Egidio, o principal alvo durante o debate, Alba conversou ao final. Na transmissão, no entanto, os três candidatos da direita política pouco se olharam ao responder os questionamentos feitos um para o outro. Praticamente o tempo inteiro os argumentos eram dados diretamente para a câmera, em uma clara tentativa de se voltar somente a quem importa: o eleitor.
Alba, o “franco-atirador” do debate, como analisou o colunista Pedro Machado, foi o único que não recorreu a anotações em papel. Os demais levaram textos impressos, alguns em cores diferentes para ajudar na organização dos temas. Quando a memória não colaborava, espiadas rápidas nas “colas” permitiam a formulação do raciocínio.
Entre ataques e políticas da boa vizinhança, sorrisos e expressões irônicas, o primeiro debate terminou com um saldo positivo para a democracia, avaliaram os cinco ao final.
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