Ao descobrir no início de 2013 que a principal distribuidora de cocaína de Santa Catarina estava viva, policiais da Divisão de Repressão a Entorpecentes (DRE) da Diretoria Estadual de Investigações Criminais (Deic) de SC passaram a acompanhar seus passos.

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Com apoio da PF de Foz do Iguaçu (PR), da Secretaria Nacional Antidrogas do Paraguai e de informantes, a DRE descobriu o paradeiro de Lilian Beatriz Benites Vasques. A Baronesa do Pó, como é conhecida no mundo do crime, estava foragida, morando numa casa em Ciudad del Leste, no Paraguai. Mantinha naquele país, quatro esconderijos para guardar os carregamentos de cocaína.

Lilian Beatriz já tinha sido presa pela Deic/SC, mas a Justiça Federal autorizou sua soltura, três meses depois.

A informação quente que a DRE esperava chegou dia 30 de dezembro de 2013. Os policiais pediram apoio à PF de Foz do Iguaçu. Lilian Beatriz atravessava de mototaxi a Ponte da Amizade, que liga Brasil e Paraguai, quando recebeu voz de prisão, na tarde do dia 30. Apresentou identidade falsa, se fazendo passar pela irmã e só falou em espanhol com os policiais federais. Não deu certo. Passou o Reveillon na cela da PF.

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Na virada do ano passado ela comemorou a liberdade. Neste ano, nós comemoramos sua prisão_ disse o chefe das investigações e titular da DRE/Deic, delegado Claudio Monteiro.

O delegado e outros policiais da DRE viajaram para Foz na madrugada do dia 2.

– Boa tarde, dona Lilian – disse Monteiro, ao encontrar na sede da PF a mulher que prendeu duas vezes.

A narcotraficante ficou alguns segundos em silêncio.

– Eu sabia – disse Lilian Beatriz olhando o delegado.

Ela baixou a cabeça, escondeu o rosto com as mãos e chorou.

De blusa de alcinha coral com detalhes em prata e trança nos cabelos, a mulher que leva tatuado nas costas uma fada e o nome dos filhos, foi escoltada em vôo comercial com escala em Porto Alegre.

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Algemada, lanchou biscoito e suco. Chorou algumas vezes. Chegou na madrugada desta sexta-feira, dia 3, no Aeroporto Hercílio Luz, em Florianópolis. E foi transferida para a sede da Deic, no Estreito.

– Agradeço à PF e à minha equipe da DRE, que abdicou do usofruto de um recesso de fim de ano para se empenhar nessa prisão que era uma questão de honra para nós. Tenho muito orgulho deles, que são fundamentais na repressão das drogas em Santa Catarina – disse Monteiro.