Algumas eram adolescentes e outras já atuavam pelas quadras do país quando Blumenau jogou a sua última partida na elite nacional do basquete feminino no Ginásio Sebastião Cruz, o Galegão. Lá se vão sete anos desde que Gigi, Daiane, Aline, Nerilucy, Patrícia, Mariane, Elizandra, Bárbara, Maria, Gabriela e Mariana pisavam na quadra do principal palco do esporte blumenauense para enfrentar Americana-SP. Nem elas sabiam que aquele seria um fato que separaria 2.565 dias entre um capítulo e outro da história vitoriosa da modalidade na cidade.

Continua depois da publicidade

Kawanni e Bia, que vestirão as cores de Blumenau na liga a partir de hoje, tinham 14 anos e suas maiores preocupações na época eram como passar na 8ª série. Já o técnico João Camargo Neto, no auge de suas 48 primaveras, é a única testemunha que estava dentro ou à beira de quadra naquele 8 de dezembro de 2009 que repetirá a aparição na noite desta sexta-feira.

Os tempos são outros, é verdade. De Campeonato Nacional, a principal competição do basquete feminino no país virou Liga e, hoje, é organizada pelo Novo Basquete Brasil (NBB). Serão apenas seis equipes na disputa pelo troféu da Liga de Basquete Feminino (LBF), mas mesmo assim a modéstia é um adjetivo presente em todas as frases possíveis das jogadoras quando questionadas sobre os objetivos no campeonato. Embora motivação seja algo que não falte ao grupo montado às vésperas do início dos jogos, cautela é uma palavra constante.

– Estou ansioso para começar logo e ver como a gente vai se comportar durante a Liga. Agora, o mais gratificante de tudo é ver a evolução daquilo que não era nada três meses atrás e se transformou em uma equipe forte, treinando. Todo o entorno do projeto me deixa feliz, desde vê-las com o uniforme novo até colocar um banner no Galegão – relata Camargo.

O caminho para voltar à Liga foi complicado. Teve obstáculos, frustrações, e, quatro anos após a última participação de Blumenau na LBF – quando mandou os jogos no Vasto Verde -, enfim, teve um final feliz. Sem dinheiro e apoio da iniciativa privada nas últimas temporadas, a equipe precisou abdicar de competições nacionais e focar em torneios pela região. Tudo para evitar dívidas e esperar o momento certo para retornar ao lugar de onde nunca deveria ter saído: a elite nacional.

Continua depois da publicidade

Equipe contou com apoio da federação

Para poder entrar em quadra, o time blumenauense teve o apoio da Federação Catarinense de Basketball (FCB) que, na prática, bancou a participação. Os valores não foram revelados, mas como para poder participar da Liga a equipe precisou comprovar um potencial financeiro de R$ 500 mil, é fácil imaginar que o repasse da entidade tenha sido substancial. Segundo Oscar Archer, presidente da FCB, era preciso fazer um investimento em qualidade técnica da equipe em uma competição como a LBF para, quem sabe, motivar locais que ainda engatinham no desenvolvimento do basquete.

Com o desfalque apenas da ala Giulia – a única blumenauense no grupo – por conta de uma viagem agendada, o técnico Camargo terá as principais atletas à disposição. A chegada da pivô Carina Felippus na quarta-feira completou o time que estreia diante da Uninassau-PE às 20h no Galegão. A entrada é gratuita.

Serviço

– O quê: Blumenau x Uninassau-PE

– Quando: sexta-feira, às 20h e domingo, às 17h

– Onde: Ginásio Sebastião Cruz, o Galegão

– Quanto: entrada gratuita