O presidente sírio, Bashar al-Assad, admitiu implicitamente ter recebido sistemas sofisticados de defesa antiaérea da Rússia. De acordo com porta-vozes do regime sírio, o armamento destina-se a dissuadir qualquer intervenção estrangeira na guerra travada na Síria.

Continua depois da publicidade

Perguntado, durante entrevista concedida à rede de televisão libanesa Al-Manar, a respeito do fornecimento de mísseis prometidos por Moscou, Assad respondeu:

– Todos os acordos passados com a Rússia serão honrados e parte deles já o foi recentemente.

Mesmo diante das dificuldades em organizar uma conferência de paz internacional por uma solução política para o conflito na Síria, a ONU anunciou a realização de uma reunião preparatória, no dia 5 de junho em Genebra, entre representantes dos Estados Unidos, da Rússia e das Nações Unidas.

O governo de Al-Assad deu seu aval à conversa, proposta por Washington e Moscou, mas recusou qualquer condição.

Continua depois da publicidade

– As prerrogativas do presidente são estabelecidas pela Constituição e o presidente não pode abandonar suas prerrogativas, pois a Constituição não lhe pertence – afirmou Assad, considerando que qualquer acordo será submetido a um referendo popular.

Já a oposição síria descartou sua participação enquanto “militantes iranianos e do Hezbollah invadirem a Síria”, referindo-se a dois aliados do regime.

Os combatentes do Hezbollah, grande aliado de Assad, participam dos combates ao lado do Exército na cidade estratégica de Qousseir, próximo à fronteira com o Líbano. As forças leais ao presidente sírio já retomaram 80% da localidade.

Soldados do regime e combatentes do grupo libanês se preparam para atacar o último bolsão rebelde em Qousseir, enquanto a oposição lançou um apelo “urgente” para que a comunidade internacional salve “mais de mil civis feridos”.

Continua depois da publicidade

– A cidade não tem médicos, socorristas e materiais de primeiros socorros – acrescentou em um comunicado a coalizão opositora.

A televisão síria anunciou a tomada do setor de Arjoun, um dos últimos redutos da rebelião no norte de Qousseir, praticamente eliminando as chances de os combatentes conseguirem escapar.

O controle de Qousseir, alvo de um ataque lançado em 19 de maio, é essencial para a rebelião porque a cidade fica localizada no principal ponto de passagem de combatentes e armas para o Líbano, e para o as forças do regime por ligar Damasco ao litoral, sua base de retaguarda.

A confirmação do fornecimento de mísseis russos S-300 pode aumentar ainda mais a tensão na região, onde um contágio do conflito suscita temores.

Continua depois da publicidade

O vice-ministro russo das Relações Exteriores, Serguei Riabkov, justificou na terça a entrega prevista, considerando que o objetivo é dissuadir qualquer possibilidade de intervenção externa no conflito. De acordo com o Wall Street Journal, o acordo de venda dos mísseis é de 2010.