Nono andar, 41 metros quadrados com vista para o Hipódromo do Cristal, obra arquitetônica do uruguaio Roman Fresnedo Siri, e para o Guaíba e seu por do sol matizado. Esses eram os atributos originais da “sede própria” do escritório Liane Mazeron Rump Arquitetura. Ao ser adquirido, o imóvel era apenas uma unidade de uma torre comercial recém-erguida na região litorânea da Capital. Carecia de personalidade para servir de exemplo e aconchegar equipe e clientes.

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O projeto de Liane, com a colaboração da arquiteta Karem Amorim, começou por transformar um banheiro em copa, para mimar os clientes com um cafezinho especial, e por investir na neutralidade para não influenciar as escolhas dos clientes. De resto, a planta baixa retangular devia conter ambientes de trabalho da titular, dos demais arquitetos e estagiários e uma área para receber clientes e apresentar projetos prontos e produtos para definir os acabamentos em conjunto.

– Eu queria um escritório integrado, para que ficássemos juntos e, quando precisasse, proporcionasse privacidade – resume Liane, ao explicar o uso de vidro na compartimentação dos ambientes e da fração fechada com alvenaria revestida de painel de madeira ipê champanha para aquecer o visual – observe aí a bandeja para expor revistas, uma das pequenas grandes soluções de mobiliário desenhada pelas arquitetas.

Desfrutar do ambiente integrado e da paisagem do entorno passou pelo uso de espelhos em posições estratégicas: da sua mesa, Liane vê o Guaíba refletido no espelho à frente, junto à janela – servida por rolô para proteger dos raios UV e persiana para regular a entrada de luz e da vista.

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Provém da harmonia entre todos os elementos a proposta de leveza com toques sutis e propositais de feminilidade. Longe de um escritório espartano, a arquiteta buscava isto: um espaço de trabalho com imagem atual, funcional e com a identidade da equipe – em geral, composta por mulheres, mais afeitas aos projetos de interiores.

Móveis em foco

No ambiente de trabalho com piso revestido de carpete – para evitar o tec-tec dos saltos, uma vedete da ergonomia: a cadeira Setu. Essa obra de design do Studio 7.5, de Berlim, foi batizada assim em referência à posição da ioga responsável por alongar a coluna, o pescoço e o tórax e ainda fortalecer as pernas e a região lombar – princípios de bem-estar, conforto e ergonomia.

O armário de nichos quadrados é o único móvel reaproveitado do escritório anterior. Observe dois elementos nas extremidades do espaço.

A foto (acima) mostra um espelho ao fundo, encarregado de ampliar a área, iluminada por fluorescentes, e a outra foto (abaixo) revela ao fundo um brise de madeira que divide sutilmente a recepção da área de trabalho. Recebe quem espera a cadeira Onda, de Ilse Lang. Contrastam com a mesa de reuniões com pé torneado, tal como o cabideiro de madeira, as cadeiras La Marie, de Philippe Starck.

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