Depois de impor uma derrota pessoal à presidente Dilma Rousseff, ao derrubar a recondução de Bernardo Figueiredo à direção-geral da ANTT, a base governista agora pretende infligir um novo revés ao Planalto. próximo alvo dos rebeldes é a votação do Código Florestal, prevista para terça-feira.

Continua depois da publicidade

Antes restrita ao PMDB, a insatisfação dos aliados se espraiou e já atinge pelo menos outras quatro legendas: PP, PDT, PSB e PTB. Irritados com o que consideram tratamento privilegiado ao PT, os parlamentares pretendem ressuscitar uma emenda do Código Florestal que anistia desmatadores.

A medida havia sido derrubada pelo Senado em 2011 e é considerada fundamental pelo Planalto para a imagem do governo na conferência ambiental Rio+20, que o país vai sediar em junho. As legendas já fizeram chegar ao Planalto que repudiam a forma como a ministra das Relações Institucionais, Ideli Salvatti, articula a negociação para a votação do texto.

Continua depois da publicidade

Segundo dirigentes partidários, ela está sendo muito agressiva na interlocução com o Congresso e exigiu até mesmo um mapa prévio da tendência de voto dos deputados, atitude vista como uma afronta pelos parlamentares.

– A votação do código será mais um recado. A base está inconformada com esse governo de partido único, no qual a participação do PMDB é mera ilusão – atesta um expoente peemedebista.

Os parlamentares também alegam que o represamento de emendas em um ano eleitoral prejudica as candidaturas da legenda nas principais cidades do país.

Continua depois da publicidade

– Queremos um tratamento isonômico. Não somos sublegenda do PT e pelo visto querem nos tirar do cenário eleitoral – reclama o deputado Osmar Terra (PMDB-RS).

Na quarta-feira, o PMDB liderou a derrota do governo no Senado. Os três senadores catarinenses – Casildo Maldaner, Luiz Henrique da Silveira, ambos do PMDB, e Paulo Bauer (PSDB) – estavam entre os 36 senadores que votaram contra a permanência de Bernardo Figueiredo.