O futuro da Base Aérea de Florianópolis virou o assunto do dia entre os vizinhos da unidade militar nesta segunda-feira.
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Quem concorda com a desativação das instalações fala da possibilidade de encurtar em cerca de 10 quilômetros o trajeto entre o Centro e a Tapera. Sem falar nos congestionamentos que poderiam ser evitados com a nova alternativa. Aqueles que têm autorização para cortar caminho e transitar pela unidade diariamente, ainda que com restrições de horário, não gostam da ideia de perder a segurança proporcionada pela simples presença dos militares.
– Não tenho do que reclamar. São os melhores vizinhos do mundo e ninguém me incomoda. Apesar das restrições no trânsito, a presença deles garante tranquilidade – fala o policial militar Pedro Adelino da Rosa, 51 anos, que nasceu e cresceu na Rua do Sol Nascente, na Tapera, e não acredita que a Base Aérea de Florianópolis venha a ser desativada pela Aeronáutica.
Nas guaritas de acesso à Base nenhum militar falou sobre o futuro. Extraoficialmente, disseram que ouviram falar da desativação pela imprensa, mas não têm mais detalhes e nem podem comentar o assunto.
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Nessa segunda-feira, o Centro de Comunicação Social da Aeronáutica em Brasília negou a desativação das instalações em Florianópolis, apesar das notícias de que cortes de despesas serão necessários para garantir os
R$ 4,5 bilhões que serão gastos na compra de 36 caças suecos Gripen.
A informação é de que as atividades feitas hoje em SC seriam transferidas para a Base Aérea de Canoas (RS), que continuaria a realizar o patrulhamento do mar do litoral Sul. Em nota, a Aeronáutica esclarece que realiza estudos constantes para concentrar meios e otimizar custeio, mas neste momento não há definição específica para a unidade em SC. Apesar da declaração oficial, está em andamento um plano de reestruturação das Forças Armadas para superar o “estado de penúria”, como diz Alexandre Galante, ex-militar e consultor. Confira, a seguir, os principais trechos da entrevista.
“É correto e necessário cortar gastos”
Diário Catarinense – A possível desativação da Base Aérea de Florianópolis é reversível?
Alexandre Galante – Não acredito. Faz algum tempo que as Forças Armadas convivem com dificuldades básicas, como treinar pilotos e manter aviões voando. Já houve mudanças em Santos (SP), Afonso (Rio de Janeiro) e Fortaleza.
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DC – O senhor acha correta a decisão de cortar despesas fechando ou transferindo unidades?
Galante – Sim. É inteligente, correto e necessário cortar onde se pode.
DC – O senhor acredita que essa decisão em relação à Base Aérea de Florianópolis está relacionada a compra dos caças suecos?
Galante – Independentemente da compra dos caças isso aconteceria. É preciso cortar para não permanecer no estado de penúria em que se encontram as Forças Armadas, o que vem acontecendo há bom tempo.