Após ser xingado pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido) com um palavrão, o ministro Luís Roberto Barroso respondeu com ironia nesta sexta-feira (6). Sem citar nomes, o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) postou no Twitter recomendações de leitura, de uma música e ainda citou uma frase de Mário Quintana: “Aquilo que falam de mim, não me diz respeito”.
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A primeira dica do ministro é de um clássico de Machado de Assim: O Alienista. A obra está disponível gratuitamente no site do governo federal e traz um personagem, psiquiatra, que abriu um manicômio na cidade e que passou a enxergar loucura em muitas pessoas, deixando os cidadãos apreensivos.
Além da obra literária, o ministro também recomendou, por meio de publicação no Twitter, a música “Fixação”, de Kid Abelha, que trata sobre uma pessoa que, embora se tente esquecer, aparece em todos os lugares, como uma perseguição. Em um dos trechos, a letra fala: “Eu mudo o canal, eu viro a página, mas você me persegue por todos os lugares”.
A postagem ocorre em meio a uma crise institucional iniciada por Bolsonaro, que alega “fraude nas eleições”, mesmo sem provas e após ter sido eleito através das urnas eletrônicas.
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O chefe do Estado, que aumentou o atrito nesta sexta ao mencionar um palavrão durante sua passagem por Joinville, já ameaçou a democracia em outras ocasiões, inclusive ao citar que “não terá eleição em 2022”, caso o voto não seja impresso.
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DICAS DA SEMANA:
— Luís Roberto Barroso (@LRobertoBarroso) August 6, 2021
Um conto: O alienista, Machado de Assis (https://t.co/BkJri51l3j)
Um pensamento: “Aquilo que falam de mim, não me diz respeito”. Mario Quintana
Uma música: Fixação, Kid Abelha (https://t.co/nGPttfOZNq)
Na segunda-feira (2), o TSE abriu um inquérito administrativo sobre as ameaças do presidente às eleições de 2022, e aprovou investigação contra Bolsonaro no STF, por disseminação de fake news.
Nesta sexta, o presidente da Câmara de Deputados, Arthur Lira (PP-AL), anunciou que a PEC do voto impresso será levada para votação no plenário da Casa – mesmo depois de o relatório favorável ao texto ter sido rejeitado na comissão especial – alegando que é a forma de encerrar o assunto definitivamente.
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