Quais são os laços que unem uma família? O que somos capazes de fazer por quem amamos? As respostas para essas perguntas estão expressas em um gesto na família de Tathiane de Carvalho Pimentel e Jefferson Rutkowski. O casal sonhava em ter filhos, mas por uma questão de saúde não conseguiram a esperada gravidez no “modo convencional”. Até que a irmã dele se ofereceu para ser barriga solidária. A cunhada, Thais Rutkowski, deu à luz sobrinho nesta semana em Blumenau.
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— É a realização de um sonho de vários anos e uma bênção para a nossa família — diz a mãe Tathiane.
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Tathi e Jefferson começaram a planejar ter filhos em 2014. De lá para cá, fizeram quatro fertilizações in vitro. O último procedimento gerou uma gestação de gêmeos, mas a mãe teve insuficiência placentária grave e os bebês não conseguiam se desenvolver nem ganhar peso. Nasceram com 26 semanas, apenas 200 gramas e faleceram logo em seguida. Naquele momento difícil, o casal recebeu amparo e sugeriu uma outra opção para a vinda do primeiro filho.
— Nossa família acompanhou esses anos bem de perto. Minha cunhada, que é mãe de dois filhos, sempre se colocou à disposição. Em acordo com as minhas médicas, começamos a pensar na possibilidade do útero de substituição É um procedimento aprovado no Brasil apenas de forma solidária, sem troca financeira e com parentes próximos — explica a nova mamãe.
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Em caso raro, mulher dá à luz gêmeo empelicado em Blumenau
Uma nova fertilização in vitro uniu o óvulo de Tathi e o espermatozóide de Jefferson, moradores de São Paulo. O embrião foi então implantado em Thais, que vive em Itajaí. Começava ali a jornada da gestação de João Guilherme. O casal veio a Santa Catarina durante os feriados ao longo dos nove meses e também acompanhou algumas consultas para ultrassonografia, além das frequentes chamadas de vídeo. Teve, inclusive, chá revelação, chá de bebê e ensaio de gestante.
Fotos mostram espera por João Guilherme
O menino veio ao mundo na última quarta-feira (27), no Hospital Santa Catarina de Blumenau. A unidade foi escolhida a dedo pela família, para que pudessem participar de todo o processo. A fotógrafa Aline Cristina registrou todos os momentos, desde a entrada no centro cirúrgico até o pós-parto. Inclusive, um dos cliques mostra o pequeno com um sorriso no rosto.
— O parto foi cesariana e, como tínhamos conversado com o hospital anteriormente, acompanhamos todo o processo junto com a gestante. Ficamos no quarto nos quatro, eu, meu esposo, minha cunhada e o bebê. Fiz tratamento com uma doula de amamentação e o hospital me deu todo o suporte na tentativa de amamentação — conta Tathi durante um tempinho mais tranquilo no cuidado do bebê.
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João Guilherme nasceu com 2,9 quilos e ótima saúde, conta a mãe. A alta deve ocorrer nesta sexta-feira (29). Com o contrato da clínica que fez o procedimento, carta da médica e documentos do hospital deveriam ser suficientes para registrar e emitir a certidão de nascimento no nome dos pais, mas houve resistência por parte dos cartórios em Blumenau, o pequeno será registrado em Itajaí.
— Iremos ficar em Itajaí por alguns meses e depois voltamos para São Paulo. Vamos aproveitar a família e essa fase de adaptação do bebê aqui — afirma Tathi.
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