As barreiras comerciais argentinas custam pelo menos um bilhão de dólares para o Brasil. A Federação das Indústrias de São Paulo (Fiesp) fez cálculo do prejuízo com licenças não automáticas de importação para 343 produtos brasileiros. As vendas dos setores afetados caíram 45%, ficando em 1,18 bilhão de dólares. O prejuízo pode ser ainda maior, porque o levantamento considerou apenas os itens sujeitos à aprovação manual para entrada na Argentina até o fim de 2010.
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Neste ano, o governo da presidente Cristina Kirchner incluiu mais 180 produtos no sistema. O licenciamento não automático é permitido pelas regras internacionais, mas a Argentina demora mais que o limite de 60 dias previsto. O acordo fechado há mais de um mês para agilizar as licenças é descumprido pelos argentinos.
Segundo o presidente da Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul (Fiergs), Heitor Müller, a situação é embaraçosa. Ele lembra da importância deste mercado para os gaúchos em setores como calçados e máquinas agrícolas.
– Não dá para continuar assim, “viver no soluço e se curar no susto”. Mas eu conheço bastante o relacionamento com a Argentina, e posso dizer que nunca foi fácil, e no futuro deve continuar difícil – comentou Müller.
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A presidente Cristina Kirchner estará hoje em Brasília para inaugurar a nova Embaixada da Argentina. Ela vai se reunir com a presidente Dilma Rousseff, mas não está prevista nenhuma discussão sobre as desavenças comerciais.