Se tudo correr bem, a tão prometida e esperada barragem de Botuverá, no Médio Vale do Itajaí, deve começar a sair do papel no segundo semestre deste ano. A expectativa é do governo do Estado, que acaba de lançar a licitação para construir a estrutura. O investimento é de R$ 110 milhões apenas na parte física, sem contar as desapropriações.

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Esta será a quarta barragem na região do Vale do Itajaí, cuja função é conter a água da chuva e, por consequência, reduzir a proporção de evetuais enchentes. Essa na cidade de Botuverá, porém, terá ainda um outro diferencial. Ela será usada pela Companhia Catarinense de Águas e Saneamento (Casan) para auxiliar no abastecimento público.

Em 30 dias deve ocorrer a abertura dos evenvolpes para conhecer as empresas interessadas em executar a obra. Se não houve nenhum problema burocrático, como pedidos de impugnação, o contrato deve ser assinado com a vencedora em dois meses. Aí então inicia a construção no Rio Itajaí-Mirim. O dinheiro está no caixa do Estado.

As desapropriações para erguer a barragem estão concluídas, segundo o secretário de Defesa Civil de SC, David Busarello. Ele conta que esta fase deve impactar quatro propriedades. Duas delas com acordo já firmado com os proprietários, outra paga por via judicial e uma que a área foi locada, para servir como bota-fora durante os trabalhos.

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A licença ambiental para as obras foi emitida em 2018.

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O tamanho da estrutura

A barragem de Botuverá terá 138 metros de comprimento, 36 metros de altura e duas comportas. O projeto foi desenvolvido através de cooperação técnica entre a Defesa Civil do Estado e a Agência de Cooperação Internacional do Japão (JICA).

A área inundada deve alcançar 113 hectares, compreendendo 32 imóveis que ainda precisam ser desapropriados. Essa etapa deve exigir mais R$ 2 milhões e vai ocorrer paralelamente à execução da obra física, estimada para ficar pronta entre 24 e 36 meses após o começo dos trabalhos.

A estrutura terá capacidade para conter 15,7 bilhões de litros de água. A título de comparação, será cinco vezes menor que a barragem de Taió, que atualmente é a menor do Vale do Itajaí – com condições de reter 99,6 bilhões de litros, segundo dados do governo do Estado.

— Os cálculos apresentados pela empresa [responsável pelo projeto da nova barragem] demonstraram para nós uma diminuição na cota de enchente em Brusque de 1,2 metro e em Itajaí, lá na Foz, de 90 centímetros — afirma Busarello.

O projeto da barragem de Botuverá compreende também a instalação de estações hidrológicas nos municípios de Vidal Ramos, Botuverá, Brusque e Guabiruba, além de uma estação meteorológica em Presidente Nereu. Elas são importantes para subsidiar a Defesa Civil com informações sobre o momento ideal de acionar as comportas. 

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Abastecimento de água

A Companhia Catarinense de Águas e Saneamento (Casan) será responsável por operar a barragem, com base no plano de trabalho da Defesa Civil. Ela deve usar o volume de água retido na estrutura para auxiliar no abastecimento de 1,4 milhão de pessoas, nas cidades entre Botuverá e Itapema.

Assista ao especial sobre o Rio Itajaí-Açu