A cidade de Barra Velha, no Litoral Norte, oferece opções para agradar aos gostos mais variados. Do mar tranquilo ao tempestuoso, os veranistas podem escolher o que mais agrada nas praias Central, Península, Pedras Brancas e Negras, do Cerro, do Grant, do Sol e do Tabuleiro. Entretanto, a erosão causada pela ressaca ocorrida no mês de setembro transformou um pouco as belas paisagens.

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Na praia do Tabuleiro — uma das mais afetadas — o tamanho da faixa de areia diminuiu bastante. Durante a ressaca, parte da calçada e da escadaria foi danificada, assim como árvores que estavam na orla foram arrancadas por causa da erosão causada pela maré. Além desta praia, pelo menos outras quatro registraram estragos. O fenômeno chegou com força na região, obrigando o governo municipal a fazer uma reprogramação no calendário e, desta forma, reestruturar a cidade para a época de maior movimento do ano: o verão.

— A ressaca destruiu algumas das nossas praias. Eu acredito que os trabalhos de recuperação deveriam estar mais adiantados, já que logo os turistas começam a chegar — aponta a moradora Juçara Oliveira, 66 anos.

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A aposentada reside em Barra Velha há onze anos e não recorda, neste período, da ocorrência de uma ressaca com tamanha gravidade.

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Por causa dos estragos, a situação de emergência na cidade foi confirmada pelo governo do Estado na última sexta-feira. A homologação ocorreu por causa das áreas atingidas pelo fenômeno nos meses de setembro e outubro.

Agora, o município espera que o governo federal reconheça o decreto e libere os recursos. Enquanto aguarda a liberação, a Prefeitura corre contra o tempo — e contra o orçamento — para arrumar, de forma parcial, a infraestrutura das praias atingidas. De acordo com Elton Cunha, diretor da Defesa Civil da cidade, está acontecendo uma ‘força-tarefa’ para recuperar a estrutura turística com verba municipal.

— Evitar fenômenos naturais não é impossível, mas é difícil. Existem métodos de engenharia que minimizam o impacto, e isso pode ser feito. É neste sentido que temos que buscar a análise oceanográfica e os projetos em cima disso para conseguir reconstruir a cidade, junto ao Ministério da Reintegração Nacional — explica Cunha.

A revitalização da estrutura das praias está quase concluída. Áreas como Costão e a entrada da Boca da Barra devem ser finalizadas até o início de dezembro. Quanto à recuperação das faixas de areia, segundo o diretor da Defesa Civil, ainda não há como prever uma data devido ao enorme gasto causado pela erosão marítima.

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Boas condições de estrutura

Mesmo com os estragos provocados pela ressaca, as praias de Barra Velha apresentam boas condições de estrutura para os veranistas. Na praia Central, há locais próprios para pedestres, ciclistas e motoristas circularem, resultando em mais organização no trânsito. Também existem vagas de estacionamento distribuídas em toda a extensão. Em toda a orla, lixeiras possibilitam a limpeza das areias e há postes de luz costeando a região.

As mesmas boas estruturas de iluminação e limpeza foram observadas pela equipe de ‘AN’ em outros locais — como no Tabuleiro e Grant.

Segundo Daniel Pontes da Cunha, presidente da Fundação de Turismo, Esporte e Cultura (Fumtec), a abertura da programação do verão de Barra Velha ocorre em 7 de dezembro. Além da festa de comemoração, ao longo do verão, outras atividades estão planejadas para divertir moradores e turistas.

— Todo final de semana teremos eventos na praça ou na praia. Haverá também a parte esportiva, que conta com campeonato de surfe e de beach soccer. Além da programação da virada, como queima de fogos na Beira-mar, entre outras atividades — afirma.

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Moradores reclamam da falta de água

As irmãs Sirlei e Solange Marcilio residem há quase dez anos na praia do Cerro – popularmente conhecida como praia de Itajuba. As duas são proprietárias de um salão de beleza na região e observam que a alta temporada traz, além de turistas, problemas como quedas de energia e falta de água para a cidade, sendo o segundo problema apontado por elas como o mais frequente.

Conforme estimativa da Fundação de Turismo, Esporte e Cultura (Fumtec), no ano passado, aproximadamente cem mil pessoas passaram pela cidade entre Natal e Ano-novo, por exemplo, sendo que a cidade tem pouco mais de 20 mil habitantes.

— Nós precisamos da água para trabalhar, e mesmo tendo caixa- d’água, ainda falta — diz Solange.

A Companhia Catarinense de Águas e Saneamento (Casan), responsável pelo abastecimento, aponta que neste ano ocorreu a inauguração de um novo reservatório na cidade. O depósito atenderá aos bairros de São Cristóvão e Itajuba – locais em que está localizado o salão de beleza das duas irmãs. Assim, o município passa a contar com quatro reservatórios no total – com um estoque de três milhões de litros de água.

O município ainda conta com um gerador de energia na captação e estação de tratamento para, caso falte energia elétrica, não ocorra prejuízo no abastecimento. A infraestrutura instalada nos últimos anos na cidade inclui uma estação de tratamento de água (ETA) — revitalizada em 2013 e ampliada em 2014 — que produz, em média, 150 a 170 litros por segundo, mas que chega a produzir até 220 litros por segundo para atender à demanda.

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A reivindicação dos moradores sobre a falta d’água ocorre, principalmente, no período das festas de final de ano. O local onde ocorreram mais reclamações foi a praia do Cerro. Além da falha no abastecimento, moradores também relataram que existem horários do dia em que a pressão da água é baixa, prejudicando o volume de armazenamento das caixas.

A orientação da Casan é que todos os moradores tenham sua reserva domiciliar para momentos de necessidade de fechamento do sistema para manutenção.

No caso de Barra Velha, na temporada há uma redução da pressão da rede, em função do alto consumo. Portanto, é importante que as pessoas evitem lavar calçadas e carros com água potável. Esse cuidado é essencial, especialmente no verão, diz a Casan.

Chuveiros e bancos até dezembro

Apesar dos problemas por causa da ressaca, a cidade apresenta boas áreas de calçadas e avenida Beira-mar para receber os turistas no verão. Na extensão das orlas, existem pontos turísticos para apreciação dos veranistas, como a estátua de Iemanjá e o monumento da sereia Janaína, com uma praça nos arredores. Todos os itens estavam limpos e bem cuidados.

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Na praia do Grant também há a estátua do Pescador em bom estado de conservação. Além disso, os molhes da praia Central, mesmo com a incidência da ressaca, estão preservados e garantem uma boa paisagem da orla.

Segundo o secretário Daniel Pontes, a intenção é que o projeto para implantação de chuveiros e bancos em torno da orla marítima seja concluído até meados de dezembro. As duchas serão instaladas em pontos específicos, em algumas praias da cidade.

— Eu não tenho prazo para a implantação. A intenção é que até meados de dezembro, no máximo, já estejam implantados, pelo menos em alguns pontos, para teste por causa da captação da água — assegura.

Salva-vidas

De acordo com o Corpo de Bombeiros Militares de SC, nas orlas das praias de Barra Velha há dez postos de salva-vidas. Desde o dia 5 de outubro — data de início da Operação Veraneio — alguns destes pontos já estão funcionando. A partir do dia 15 de dezembro, começa a alta temporada, período no qual o número de bombeiros trabalhando nas praias de Barra Velha pode chegar a 30 por dia, em média. Das quatro praias da cidade percorridas por ‘AN’, todas tinham pelo menos um posto em boas condições de funcionamento.

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Segurança

Das quatro praias visitadas em Barra Velha, houve reclamações sobre a incidência de furtos a residências e comércios, principalmente na região Central. A Polícia Militar (PM) ainda não divulgou o número de policiais que irão reforçar a segurança no município na temporada de verão. O anúncio será feito no início de dezembro com a operação veraneio, quando o remanejamento de policiais é oficializado pelo comando da corporação.

Coleta de lixo

A coleta domiciliar é realizada pela empresa Recicle Catarinense de Resíduos. Segundo moradores ouvidos pela reportagem, o recolhimento de materiais recicláveis não ocorre na cidade. A aposentada Luzia Correa aponta que, durante o verão, se houvesse essa coleta diminuiria bastante a quantidade de resíduos no aterro. Os moradores ouvidos informaram desconhecer se existe horários especiais de coleta no verão. A empresa foi procurada pela reportagem, mas não retornou o contato.

Acessos rodoviários

Para chegar a Barra Velha, vindo do Norte ou do Sul do Estado, o trajeto é feito pela BR-101. A rodovia, na maioria dos trechos, apresenta boa sinalização e conservação. Para entrar em Barra Velha, os principais acessos são pelas avenidas Paraná e Governador Celso Ramos. Nos dois locais, existe sinalização horizontal e vertical. Também é possível entrar no município por meio do acesso próximo ao Hotel Flamboyant. No local, a sinalização está apagada e, no dia em que a equipe esteve no local, havia uma placa derrubada no chão. Nas três entradas, o asfalto está em boas condições.

Balneabilidade

Coleta feita pela Fatma no dia 23 de outubro

Lagoa de Barra Velha

Rua Dr. Plácido Gomes de Oliveira, na açtura do nº 336: Imprópria

Praia de Barra Velha

Avenida Arnabdi Petreli, na altura do nº 555: Própria

— Em frente à rua Humberto Pimentel: Própria

— Rua Antônio Moura: Imprópria