Aos 74 anos, Severiano Costa não abre mão da vida que leva na Barra do Rio. Mora ali desde que nasceu, e não mede esforços para fazer do bairro um lugar ainda melhor. Organiza uma associação para reunir as reivindicações de uma comunidade que, ao longo dos anos, aprendeu a conviver com a crescente industrialização de Itajaí.
Continua depois da publicidade
Hoje a Barra do Rio, zona mista em boa parte do território – onde são permitidas residências e indústrias – é lar de estaleiros, pesqueiras e empresas relacionadas à exploração petrolífera. Negócios que surgem em meio às ruas ainda cercadas por casas.
A vocação da Barra do Rio para a indústria vem de longe. Foi ali que se instalou, no início do século 20, a fábrica de caixas de charutos que, mais tarde, ficaria conhecida como a antiga fábrica de papel da Barra do Rio – ainda em funcionamento.
– A Barra do Rio já foi a única entrada e saída de Itajaí. Com mais espaço para a indústria, o comércio retraiu. Não temos grandes supermercados, farmácias ou padarias, e isso faz falta. Mas é um local que sempre foi muito tranquilo, com famílias muito antigas – diz.
Das famílias tradicionais da Barra do Rio, Severiano lista sobrenomes como Vigarani, Schauffert, Palmas, Silva, Dauer, Santos, Gonzaga e Deschamps entre alguns dos mais conhecidos, que se mantêm, ainda, no bairro.
Continua depois da publicidade
Infraestrutura
Embora goste do local onde vive, Severiano gostaria de ver equipamentos de lazer no bairro. Diz que faltam praças, e até já apresentou aos vereadores, na última legislatura, proposta para que um terreno na Rua Blumenau seja transformado em espaço público.
Também sugere o tombamento da fábrica de papel, como forma de preservar a história do bairro – uma história revivida a cada travessia da tradicional balsa que cruza o Itajaí-Açu, há mais de 100 anos.
De acordo com o Atlas Socioambiental de Itajaí, a balsa – e a Barra do Rio – já foram a única ligação da cidade com o Norte do Estado. A ponte sobre a BR-101 só seria concluída em 1962.