A Polícia Civil de Santa Catarina voltou a prender uma das principais traficantes do país, transferida para Florianópolis nesta sexta-feira, dia 3. Presa preventivamente pela Diretoria Estadual de Investigações Criminais (Deic) de SC em setembro de 2012 por tráfico internacional de drogas, associação para o tráfico e lavagem de dinheiro, Lilian Beatriz Benites Vasques, foi solta pela Justiça Federal, três meses depois.

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Apontada pela polícia catarinense como distribuidora de cocaína para cinco estados brasileiros – SC, RS, PR, RJ e SP, a narcotraficante foi beneficiada por habeas corpus, em caráter liminar, assinado às 21h30min do dia 31 de dezembro de 2012 pelo desembargador federal Luiz Carlos de Castro Lugon, então vice-presidente do Tribunal Regional Federal da 4a região (TRF4), em Porto Alegre.

Depois de três meses encarcerada no Presídio Feminino de Florianópolis, a Baronesa do Pó, como é conhecida no mundo do crime, foi solta duas horas antes da virada do ano.

A narcotraficante passou o Reveillon de 2013 em liberdade.

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Dias depois de ser solta e antes de ser julgado o mérito do habeas corpus, Lilian Beatriz se fingiu de morta e voltou para o Paraguai. Sua defesa anexou ao processo uma certidão de óbito paraguaia falsa.

O mérito do habeas corpus foi julgado e negado por unanimidade pela 8a Turma do TRF4, no dia 6 de fevereiro de 2013. O relator foi o desembargador federal Victor Luiz dos Santos Laus.

Lilian Beatriz passou a ser foragida da Justiça Federal e sua falsa morte descoberta pela Divisão de Repressão a Entorpecentes (DRE) da Deic, que passou a acompanhar seus passos até sua prisão no último dia 30, em Foz do Iguaçu (PR), realizada com apoio da Polícia Federal daquela cidade.

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A Baronesa do Pó foi escoltada em vôo comercial até Florianópolis e transferida para a sede da Deic, no Estreito, nesta sexta, dia 3. Ela vai responder pelos crimes anteriores e por falsidade ideológica.

Retomada do império

Lilian Beatriz passou a comandar os negócios depois ser solta em 31 de dezembro de 2012, em Florianópolis, e depois da prisão do marido e parceiro de crime. O narcotraficante internacional e um dos principais do país, Ruy Moraes Vieira, o Papito, foi detido pela Deic/SC, junto com Lilian Beatriz e outras 10 pessoas, em 28 setembro de 2012, na Operação Pequeno Príncipe.

Em nome do pai de seus dois filhos e companheiro de mais de 20 anos, Lilian Beatriz tomou a frente da compra e venda de cocaína, que na época de Papito chegava a cerca de uma tonelada de cocaína por mês, distribuída em cinco estados brasileiros.

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– Ela estava tentando reerguer o império do tráfico que eles tinham. A Operação Pequeno Príncipe (prisão da quadrilha) tirou muito patrimônio deles. A Justiça Federal sequestrou bens do casal como casas, carros e uma fazenda no Paraguai – disse o chefe da investigação e das prisões, titular da DRE/Deic, delegado Claudio Monteiro.

Na operação, entre outros bens, o casal perdeu duas BMW X-6, avaliadas em R$ 500 mil cada uma, apreendidas pela Deic/SC com o casal em Foz do Iguaçu. Nos endereços no Brasil a polícia catarinense apreendeu mais seis carros, a maioria de luxo e importados.

Desde 1995 envolvido no narcotráfico, conforme a polícia, Papito morava em uma fazenda no Paraguai antes de ser preso. Atualmente encarcerado na Penitenciária de São Pedro de Alcântra, na Grande Florianópolis, Papito e outros denunciados pelo Ministério Público Federal foram condenados em razão da operação.

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