Ventos fortes quase 24 horas por dia, ondas gigantes, manobras e limites de gelo, a maior distância da terra firme e muito frio. São essas as condições que os atletas das sete embarcações que disputam a Volvo Ocean Race da edição 2017/2018 enfrentam desde que partiram de Auckland, na Nova Zelândia, neste domingo, rumo a Itajaí. Essa é a terceira vez que a cidade catarinense é integra a competição. Em edições anteriores, o Brasil se fez presente com paradas no Rio de Janeiro (cinco delas) e em São Sebastião (uma vez).
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Serão pelo menos 18 dias em alto mar nessa que é considerada a mais perigosa das 11 etapas. O percurso entre Auckland e SC tem 7,6 mil milhas náuticas. Por aqui, ancorados na Vila da Regata, que abre ao público no próximo dia 5, os competidores aproveitar para fazer as manutenções nos barcos e repor as energias para, em 22 de abril, largar com destino a Newport, nos Estados Unidos.
Todo cuidado é pouco
Apesar de o trecho entre Auckland e Itajaí ser temido pelos atletas, a Volvo Ocean Race é, por si só, perigosa. Prova disso é o histórico de embarcações que tiveram problemas durante a regata e o número de mortes. Desde que a prova começou, em 1973, foram contabilizados 29 mastros quebrados e oito velejadores mortos. A mais recente perda ocorreu na edição 2005/2006. Hans Horrevoets, que estava a bordo do Movistar, morreu depois de se perder no mar. O corpo dele foi encontrado 40 minutos após cair na água. Naquele mesmo ano, a equipe passou por mais dificuldades. Três dias após a morte de Hans, o barco afundou no trecho que ia de Nova York para Portsmouth, e todos os tripulantes foram resgatados. O corpo de Hans estava a bordo.
Representante verde e amarelo
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Cada uma das sete embarcações que disputam a prova leva dez atletas, sendo oito homens e duas mulheres. O incentivo de equipes mistas é uma das novidades do novo conjunto de regras que foi colocado em prática nesta edição. Entre eles, há uma representante do Brasil. A carioca Martine Grael, que na Olimpíada do Rio de Janeiro, em 2016, conquistou o ouro na vela, estreia nas regatas oceânicas. Ela é filha de Torben Grael, também velejador, dono de cinco medalhas em competições olímpicas e boas histórias na Volvo. Ele comandou até agora o único veleiro brasileiro na competição, o Brasil 1, que ficou em 3º lugar em 2005/2006, e também foi vitorioso na edição 2008/2009. Martine, por meio da assessoria de imprensa da prova, revelou que, para ela, a maior dificuldade é o frio:
— Como brasileira não sou muito acostumada com temperaturas baixas, então vou fazer o meu melhor.
Para ver de perto
Esse ano a principal novidade da Vila da Regata é a abertura da área das equipes para visitação do público. A infraestrutura da vila já está quase pronta. Entre os dias 23 e 24 as estruturas internacionais também serão finalizadas. Serão aproximadamente 110 contêineres carregados com material que chegarão à Vila. Todas as atrações e o acesso à Vila da Regata são gratuitos. Ao todo foram investidos R$ 13 milhões no evento, que deve gerar de contrapartida econômica mais de R$ 82 milhões, valor registrado na última edição. A Vila da Regata abre em 5 de abril e segue até o dia 22 do mesmo mês. São esperadas, ao menos, 400 mil visitantes. Em 2015, 352 mil pessoas passaram pelo local.