Se fosse possível combinar com os ventos uma hora exata para a chegada dos barcos, Itajaí não teria escolhido melhor. Em um feriado ensolarado, a cidade mergulhou de vez no clima da regata volta ao mundo.

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Milhares de pessoas aguardaram ansiosas desde as primeiras horas da sexta-feira, viram a previsão de chegada mudar várias vezes, literalmente ao sabor do vento, e vibraram muito, já no meio da tarde, quando o barco norte-americano Puma surgiu para vencer uma batalha de 19 dias com ondas gigantes e frio congelante desde Auckland, na Nova Zelândia.

Na única cidade brasileira a sediar uma das etapas da Volvo Ocean Race, a espera por Puma e Telefónica – os dois que conseguiram chegar inteiros ao fim da etapa – começou nas primeiras horas da manhã. A disputa final, em águas brasileiras, foi de arrepiar (em alguns momentos, os barcos chegaram a ficar separados por menos de 100 metros).

Aí, o vento, indispensável, resolveu sumir, o que atrasou em quase oito horas a chegada. Nada suficiente para estragar a festa, com direito a cachaça, abraços emocionados e muita alegria. O relógio marcava 16h quando, por trás do verde que margeia a foz do Rio Itajaí-Açu, começou a aparecer a vela preta com detalhes em vermelho da equipe Puma, que cruzou a linha de chegada nove minutos depois.

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A vibração contagiante veio das milhares de pessoas que aguardavam os competidores. Gente de todas as idades e de vários lugares. Na Vila da Regata, no Molhe da Praia Atalaia, às margens da vizinha Navegantes ou na sacada dos prédios próximos, cada um procurava o melhor espaço, a melhor imagem.

Às 16h23min, a Vila da Regata recebeu a equipe espanhola Telefónica, segunda colocada. A vibração foi imensa. A bordo da embarcação estava o único competidor brasileiro da Volvo Ocean Race. Joca Signorini chegou acenando com a bandeira do Brasil, que mais tarde serviu de capa. Já em terra, foi recebido com um abraço apertado e demorado da mãe, que veio do Rio de Janeiro.

– A chegada é sempre emocionante. Essa foi uma etapa muito dura. Enfrentamos ventos muito fortes e frio. Vai demorar um pouco para cair a ficha de todas as dificuldades que enfrentamos. Depois de tudo isso, chegar ao Brasil como segundo colocado é um sonho – declarou, lembrando que o barco espanhol foi obrigado a parar no Cabo Horn, há uma semana, para reparos, e desde então teve uma reação espetacular, descontando diferença de quase 1,1 mil km para os líderes.

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Depois da chegada, as equipes foram premiadas com uma medalha da Itajaí Stopover. Teve estouro de champagne e presente com a cara do Brasil: cada competidor recebeu como lembrança uma garrafa de cachaça.

COMO FICOU A VOLVO OCEAN RACE

Dois barcos completaram a etapa de Itajaí e outros dois ainda devem somar pontos. Com a vitória, o Puma somou 30 pontos, mas ainda pode ser ultrapassado por Groupama e Camper. O Telefónica, com os 25 pontos do segundo lugar, segue líder:

Classificação da etapa (pontos)

1º Puma: 30

2º Telefónica: 25

Geral (pontos)

1º Telefónica: 147

2º Puma: 113

3º Groupama: 107 (+20)*

4º Camper: 104 (+15)*

5º Abu Dhabi: 55

6º Sanya: 25

*Precisam completar a etapa

NO RELÓGIO

Vencedor da etapa, o veleiro norte-americano Puma cruzou a linha de chegada após 19 dias, 18 horas, 9 minutos e 50 segundos da largada em Auckland, na Nova Zelândia. O espanhol Telefónica chegou 12 minutos e 39 segundos depois.

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