Milhares de separatistas catalães protestaram neste domingo (25) em Barcelona contra a detenção do ex-presidente Carles Puigdemont na Alemanha para mostrar que isso não atrapalhará o caminho para a independência, em uma tarde marcada por confrontos entre manifestantes e policiais.

Continua depois da publicidade

Enquanto uma multidão marchava com tradicionais bandeiras separatistas, os ânimos começaram a esquentar entre os manifestantes convocados pelos Comitês de Defesa da República – grupo radical que defende a separação da Catalunha da Espanha o quanto antes.

Perto da sede do governo de Barcelona alguns manifestantes lançaram lixo contra policiais catalães, os Mossos d’Esquadra, que responderam com agressões a cassetete e até disparos para o ar.

Diante dos escritórios da Comissão Europeia, os manifestantes gritaram: “Esta Europa é uma vergonha”.

Continua depois da publicidade

Apesar dos esforços de Puigdemont, instalado em Bruxelas após o fracasso da declaração independência catalã, nenhum membro da União Europeia apoiou a causa separatista de uma das regiões mais ricas da Espanha.

Diante do consulado da Alemanha, alguns dos presentes mostraram uma foto da chanceler alemã, Angela Merkel, com um bigode de Hitler.

“A prisão, ou as detenções, não acabam com nada. Pelo contrário”, desafiou a fisioterapeuta Yolanda Salleras, de 37 anos. “Querem nos enterrar, mas a cada golpe que nos dão nascem quatro novos separatistas. Podem nos decapitar, mas somos dois milhões, haverá novos”.

Continua depois da publicidade

Segundo uma rádio catalã, vários membros do Comitês fecharam estradas, causando engarrafamentos, como fizeram nas duas greves realizadas na Catalunha depois das agressões policiais de 1º de outubro, durante a celebração do referendo de autodeterminação, proibido pela Justiça espanhola.

“Vamos continuar resistindo e lutando para sermos livres”, garantiu Julio Vallmitjana, aposentado de 64 anos, de cabelos brancos e barba espessa, que acompanhava o tumulto de longe.

* AFP