A barca que faz a ligação entre Itapiranga (SC) e Barra do Guarita (RS) encalhou na noite de domingo (8), no Rio Uruguai, com quase 100 pessoas a bordo. De acordo com os bombeiros, o operador da embarcação acabou desviando da “trilha” e, devido ao baixo nível do rio, acabou encalhando nas pedras.
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A empresa responsável pelo transporte tentou desencalhar a estrutura com os passageiros em cima, mas não conseguiu. Os bombeiros orientaram a retirada dos passageiros com barcos, permanecendo apenas os veículos, e a estrutura voltou ao leito normal depois de duas horas.
O proprietário da barca, Círio Brand, disse em entrevista para a Rádio Itapiranga que a retirada das pessoas, que podem representar cerca de sete toneladas, ajudou a aliviar o peso da estrutura, que tinha um caminhão e outros veículos em cima.

Ele afirmou ainda que algumas pessoas ficaram assustadas, mas que não havia risco de afundar. Ele acredita que, por ser de noite, o condutor saiu do caminho que normalmente é feito no rio. Além da falta de chuva, ele atribui a oscilações na liberação de água das barragens como um dos fatores do baixo leito do rio.
Nível mais baixo dos últimos anos
Na tarde desta segunda-feira (9) o nível do leito do rio estava em 36 centímetros em uma régua que é monitorada pelos bombeiros. É um dos níveis mais baixos dos últimos anos, segundo os bombeiros.
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Em janeiro a média foi de 90 centímetros nas medições pela manhã e 83 centímetros nas medições da tarde. Na cheia de 2014 o rio chegou a passar dos 14 metros, inundando parte da cidade.
Falta de chuva afeta geração de energia
Além dos transtornos para a travessia do rio, a falta de chuva também afeta a geração e energia. Na hidrelétrica Foz do Chapecó, entre Águas de Chapecó e Alpestre (RS), não houve geração durante o final de semana. A geração só foi retomada às 10h desta segunda-feira, de forma parcial.
Desde janeiro a hidrelétrica vem trabalhando com uma das quatro turbinas paradas e outras três hora funcionando sem gerar, hora gerando pouco, conforme orientação do Operador Nacional do Sistema. Mesmo assim é mantida a vazão no vertedouro acima dos 75 metros cúbicos por segundo, que é o mínimo obrigatório. A hidrelétrica tem potencial de 855 megawatts, o que é suficiente para 25% da demanda de energia de SC.
Em Itá a geração estava em 192 megawatts, nesta segunda-feira, o que dá menos de 20% da capacidade, que é de 1450 megawatts.
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