O ministro do Planejamento, Nelson Barbosa, disse nesta tarde de terça-feira, durante audiência na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado, que a taxa de câmbio seguirá flutuante sem qualquer definição de patamar definido pelo governo.

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– No regime de câmbio flutuante, o governo não tem muito o que fazer. O governo não tem meta para taxa de câmbio, completou.

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Barbosa defendeu a atuação do Banco Central no mercado para evitar disparadas agressivas. De acordo com o ministro, o BC “procurou atenuar ajuste de câmbio por meio de swap”.

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Em resposta ao senador José Serra (PSDB-SP), que criticou o programa de swap do governo, Barbosa disse que a intervenção do BC ocorre de forma transparente e cumpre uma “obrigação contingente”.

Ele ressaltou, ainda, que o Banco Central intervém no câmbio desde o governo Fernando Henrique Cardoso.

– A política (do BC) é de rolar suas posições neste momento em que a taxa de câmbio está buscando um novo patamar – considerou.

Barbosa disse que o presidente do BC, Alexandre Tombini, dará explicações sobre swap quando vier à CAE na próxima terça-feira, 24, para audiência pública com os senadores.

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Dívida bruta

Barbosa admitiu durante a audiência na CAE que a dívida bruta do País “infelizmente é elevada”. Segundo ele, o governo tem como objetivo reduzir a dívida bruta e a líquida, embora a líquida esteja “reduzida”, na avaliação do ministro, em relação a outros países.

– Nosso objetivo é reduzir as duas. Essa diferença entre a líquida e a bruta é um dos fatores que explicam o fato de nossa taxa implícita estar muito alta – afirmou.

Segundo ele, porém, essa redução da dívida será feita de forma gradual, “sem nenhum ajuste súbito”.

– Mas vamos tentar distribuir isso no tempo. A situação não se compara ao que ocorreu na Grécia – disse.

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Ainda conforme o ministro, é importante que o País obtenha uma sequência de superávits por muitos anos.

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– Naturalmente, isso também representa um grande esforço fiscal.

Imposto sobre herança

O ministro disse que o governo estuda criar um imposto sobre a herança. Segundo ele, porém, isso tem sido tratado pelo Ministério da Fazenda.

– O que nós manifestamos nessas ocasiões é que a alternativa de taxar grandes fortunas tende a gerar alguns problemas. Em momentos de incerteza, isso pode gerar movimentos especulativos – afirmou.

-O imposto sobre herança é menos complicado e vários países do mundo adotam, mas isso foi proposto e está sendo conduzido pela Fazenda.

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