O mineiro Elias Torres, 29 anos,transformou seu nome em referência em um universo até pouco tempo tímido. O mercado da beleza masculina cresce mesmo em tempos de nuvens financeiras mais carregadas. No ano passado, a consultoria Euromonitor estimava que o Brasil, segundo maior mercado mundial atrás apenas dos Estados Unidos, vai se tornar o número um em breve e que, em 2017, a categoria terá arrecadado US$ 7,9 bilhões.
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Torres virou Seu Elias, marca criada inicialmente para dar nome a uma barbearia inaugurada em 2013 em Belo Horizonte (MG), e teve a ajuda de clientes famosos especialistas em espalhar tendências: os jogadores de futebol. Neymar e Messi já entregaram seus sempre copiados cabelos para Elias atualizar o corte. No final de semana passado, ele passou por Florianópolis no espaço da Keune para comandar um workshop de técnicas de corte, cabelo e finalização, empreendedorismo e marketing pessoal. Sim, ele entendeu que é preciso talento, sorte e muita disposição nas redes sociais.
Você terminou sua aula ensinando os melhores ângulos para fazer uma foto do corte de cabelo. De onde vem isso?
Tenho vários clientes fotógrafos, sempre pedi dicas para eles e vou repassando aos meus alunos. Ajuda na divulgação do trabalho.
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Seu Instagram tem mais de 63 mil seguidores e é fácil identificar vídeos bem produzidos postados por lá. Como isso é planejado?
É pensando para alcançarmos o máximo de alunos para podermos ensinar, para trazer um posicionamento para a marca. Eu tenho encarado as redes sociais como algo muito benéfico para a profissão e induzo (os alunos) a investirem bastante nisso.
Qual é o corte de cabelo do momento?
O degradê, um estilo mais raspado (nas laterais),mais old school, com topete, uma coisa meio anos 50 e 60. É o que está fazendo a cabeçada galera.
E a barba da moda?
Ter barba (risos). Esse estilo mais cheio, mais frisado, com uma cara de por fazer. O retorno da barba é o maior acontecimento na estética masculina nos anos 2000, não é? Exatamente. A barba sofria preconceito antigamente e hoje é vista com bons olhos. E vai ficar, não é uma moda passageira. Essas barbas maiores já estão aí há quase dois anos. Promete permanecer ainda em 2017 e 2018. Acho que só vai embora com a crise (risos). Seu nome está atrelado aos jogadores de futebol,grandes lançadores de tendências.
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Como você chegou até eles?
Foi atendendo jogadores do Atlético Mineiro, do Cruzeiro, logo depois a Seleção Brasileira, em seguida a Seleção Argentina. Agora, sou convocado por todos os jogadores que vão passam por Belo Horizonte.Um grande valor de marketing para a marca. Muito grande. Ajudou bastante para impulsionarmos o nome da marca para todo o mercado.
Você concorda que são os jogadores de futebol que ¿permitem¿ ao homem ousar mais no visual?
Exatamente. Eles são ditadores de moda, tudo o que o cara faz pega. Veja o David Beckham, é metrossexual assumido e tudo o que ele faz vira moda e pega muito fácil.
Como surgiu a ideia de criar uma marca que remete ao passado?
Eu quis criar uma barbearia, aí chamei um arquiteto,um designer gráfico. Poxa, barbearia tem que ter nome de barbearia, então vamos criar um nome que remeta aos bons tempos antigos. A gente criou o velho com uma embalagem nova. O Seu Elias é novo, mas a marca é velha, digamos assim. É uma profissão antiga, mas abarbearia é moderna, um local para o homem se sentir bem.
Você começou nesse ramo aos 13 anos por influência familiar?
Sim, meus irmãos, tios, primos, a família inteira está no ramo.
Em tempos de crise há muito para crescer no universo da beleza masculina?
Com certeza. Os homens estão cada dia mais preocupados com a estética e as empresas estão atentas a isso. Usar um xampu específico para o tipo de cabelo, um produto para a barba, um finalizador, uma pomada. Estão cada dia mais informados, principalmente com a internet.
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