A crença no poder afrodisíaco de uma sopa está por trás da maior apreensão de barbatanas de tubarão do mundo que aconteceu em Santa Catarina. A ação comandada pelo Ibama aconteceu em uma empresa de Itajaí, que pretendia exportar 27,6 toneladas para a Ásia. Outra companhia, que tentava enviar 1,1 tonelada, foi impedida no Aeroporto de Guarulhos, em São Paulo.
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Não são só as barbatanas que são cobiçadas pelo mercado internacional e que levam ao tráfico de animais, mostra uma reportagem do portal g1. Dentes, pele e penas fazem parte da lista. Os motivos variam e incluem desde status social até a crença, sem evidência científica, de que possuem poderes afrodisíacos.
Segundo a ONG WWF, o Brasil é um dos países que mais exportam animais silvestres ilegalmente. Esse tipo de tráfico é considerado a terceira maior atividade ilegal do mundo, depois das armas e das drogas.
As barbatanas encontradas pelo Ibama são de tubarões-azuis e anequins, também conhecidos como Mako, que entraram na lista de animais ameaçados de extinção em 22 de maio.
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As barbatanas seriam levadas para a Ásia, onde são consideradas iguarias de alto valor e representam sinal de status e riqueza. A sopa de barbatana de tubarão é considerada um estimulante sexual. Além disso, o item é usado para fabricação de capsulas e produtos cosméticos.
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Essa prática é tão comum que tem até um nome, Shark Finning, que nada mais é do que a remoção das barbatanas dos tubarões e a devolução deles para o mar. Geralmente, o tubarão é jogado ainda vivo de volta para a água. Como ele não consegue nadar sem as barbatanas, afunda e morre.
No caso da apreensão milionária, o Shark Finning não foi confirmado, já que no Brasil o consumo de tubarão é comum. Eles são vendidos como cação, explicou o Ibama.
Impacto na conservação das espécies
A quantidade de animais retirados da natureza para venda ilegal interfere no status de conservação das espécies. Entre os principais alvos estão as aves, onças, macacos, cobras, tartarugas, peixes, insetos e aranhas.
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Tipos de tráfico
- Animais para colecionadores particulares: quanto mais raro for o animal, maior é o seu valor de mercado.
- Animais para fins científicos: espécies fornecem substâncias químicas, que servem como base para a pesquisa e produção de medicamentos.
- Animais pet: modalidade que mais incentiva o tráfico de animais silvestres no Brasil.
- Produtos de fauna: couros, peles, penas, garras e presas são vendidos para o mercado de moda e souvenir para turistas.
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