O Instituto de Finanças Internacionais (IIF, na sigla em inglês), a maior associação de bancos do mundo, lançou na quinta-feira um alerta sobre a supervalorização de ativos financeiros no Brasil e em outros mercados emergentes.

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– São indicativos do que vemos como uma tendência – disse Charles Dallara, diretor-executivo do IIF, em referência ao recente auge nos mercados financeiros de muitos mercados emergentes.

Segundo Dallara, em geral, a forte alta da bolsa no Brasil fala “positivamente” sobre a força de sua economia. Nesse sentido, lembrou que, na última década, o Brasil deixou de ser um país com inflação alta e ambiente econômico instável para ter inflação baixa e ser um lugar atrativo para investidores nacionais e internacionais.

O Brasil é o segundo mercado mais rentável do mundo neste ano. Além disso, o índice de preço-lucro nos últimos 12 meses no país é de 16 vezes, frente à média histórica de 13 vezes.

– Não estamos dizendo que seja necessário parar neste nível de valorização de ativos – afirmou Hung Tran, subdiretor-gerente do IIF, em referência aos mercados emergentes.

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Para Hung, a mensagem que o IIF quer transmitir é que se não houver ações para prevenir essa forte valorização de ativos, alguns deles de baixa qualidade creditícia, pode haver problemas no futuro.

Dallara disse que em alguns casos a solução pode levar a aumentos nas taxas de juros, uma medida que acarreta certos riscos no curto prazo porque poderia estimular ainda mais o apetite dos investidores.

Caso os ajustes monetários não sejam uma opção, Dallara falou que os governos deveriam considerar seriamente reduzir as políticas de estímulo fiscal.