O banqueiro André Esteves, sócio do BTG Pactual, é um dos personagens mais influentes do mercado financeiro nacional. É também um dos presos na última etapa da Lava-Jata acusado de participar de um plano para ajudar o ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró a fugir do país. A mesma operação que também prendeu o senador Delcídio Amaral. Com negócios em todo o país, o banco também já teve e ainda tem negócios em Santa Catarina.
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O BTG é sócio-majoritário da empresa Estapar, de estacionamentos, que tem empreendimentos no litoral catarinense. São dois no município de Itajaí e um terceiro em Balneário Camboriú.
Senado Federal mantém prisão do senador Delcídio Amaral
O outro empreendimento foi um contrato da Estre Ambiental para recuperar uma área degradada ambientalmente às margens da Rodovia Jorge Lacerda, no bairro Sangão, em Criciúma. A empresa se envolveu em conflitos com os funcionários após terceirizar os contratos para um empreiteira e essa ter atrasado o pagamento de salários, conforme noticiado pelo portal Engeplus. A responsável original pela recuperação, que contratou a Estre, era a Petrobras Gás S.A Gaspetro.
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Apesar de as duas empresas terem participações do banco BTG Pactual, não há suspeitas de irregularidades sobre as companhias e também denúncias sobre algum envolvimento do banco como pessoa jurídica nas denúncias da Lava-Jato.
Os casos mostram apenas a dimensão dos empreendimentos do banqueiro preso na operação da Polícia Federal. Pelos menos outras 23 empresas, com negócios em todo o Brasil , tem participação societária do banco BTG Pactual. O próprio Esteves, como indivíduo, é reconhecido como uma personalidade do cenário econômico nacional.
Esteves teria obtido, de forma ilegal, uma cópia com o conteúdo da delação premiada do ex-diretor Nestor Cerveró.
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Em 2012, por exemplo, ele recebeu das mãos do ex-presidente Lula o título de “Homem do ano”, concedido pela Brazilian-American Chamber of Commerce (Câmara de Comércio Brasileira-Americana, em tradução livre). A entidade reúne empresários brasileiros e americanos interessados em negócios entre os dois países.
Procurada, a Estre afirmou, por meio de sua assessoria, que não irá comentar o assunto. O BTG e a Estapar também foram procurados, mas não responderam, até a publicação desta matéria, os questionamentos sobre impactos da prisão nos negócios das empresas.
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