O artista britânico Banksy organizou, nesta quarta-feira, na Cisjordânia, uma “cerimônia de perdão”, coincidindo com o centenário da declaração Balfour, que abriu caminho para a criação do Estado de Israel.

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Em março, Banksy inaugurou perto de Belém um hotel chamado Walled-Off cujos quartos dão diretamente para o muro de separação com a Cisjordânia construído por Israel.

O evento do artista, cuja identidade é desconhecida e que supostamente não esteve presente no local nesta quarta-feira, foi surrealista e sarcástico.

Cerca de 50 crianças palestinas foram recebidas no local para tomar chá com um ator fantasiado de rainha da Inglaterra. Atrás dele, em uma parte do muro de separação, estava escrito “Sorry” (“desculpas”) junto com as letras “Er”, uma referência às iniciais da rainha.

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Na quinta-feira será o aniversário de 100 anos da declaração Balfour, na qual o governo britânico disse ser favorável ao “estabelecimento de um lar nacional para o povo judeu na Palestina”.

Israel comemora o centenário deste ato, que prefigurou a criação do estado hebraico em 1948 e estimulou os judeus a emigrarem para a terra de seus ancestrais.

Os palestinos consideram que o texto foi o princípio de uma “catástrofe” que obrigou milhares de palestinos a abandonarem suas casas durante a guerra, e que permanece hoje com a ocupação dos territórios palestinos.

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“Este conflito provocou muito sofrimento a ambas as partes. Não acho que seja apropriado ‘comemorar’ o papel britânico no conflito”, disse Banksy em um comunicado.

O governo de Londres quer comemorar “com orgulho” o centenário na quinta-feira na presença do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, que foi convidado para jantar em Londres com sua homóloga britânica, Theresa May.

* AFP