Quarto banco espanhol por ativos e nacionalizado em maio devido a suas dificuldades, o Bankia anunciou nesta sexta-feira perdas de 4,448 bilhões de euros no primeiro semestre, o que levou o fundo público de ajuda ao setor a anunciar uma injeção imediata de capital. O Bankia, a maior união de caixas de poupança da Espanha, registrou lucro de 205 milhões de euros no mesmo período do ano anterior, mas desta vez teve de efetuar provisões de 7 bilhões de euros. A margem de juros da entidade se elevou a 1,704 bilhões de euros, em alta de 34% interanual.
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O pedido de resgate em maio, por um montante histórico de 23,5 bilhões de euros, havia precipitado a concessão de junho por parte da zona do euro de uma linha de crédito de até 100 bilhões de euros para o setor bancário espanhol. Após o anúncio de prejuízo, o Fundo de Reestruturação Ordenada Bancária (FROB) anunciou sua intenção de injetar capital no Bankia “imediatamente”, sem precisar a quantidade e limitando-se a indicar que constituirá uma antecipação do aporte previsto pelo programa de ajuda europeu.
Segundo fonte próxima ao caso citada pela agência de notícias financeiras Dow Jones Newswires, o FROB aportará entre 4 e 5 bilhões de euros, mas a quantidade exata ainda está sendo debatida. “As autoridades espanholas, junto aos gestores do grupo, estão firmemente comprometidas com que o plano de reestruturação do grupo esteja finalizado no mês de outubro, o que permitirá às autoridades europeias aprová-lo em novembro”, lançando a injeção da ajuda total, informou o FROB em um comunicado. O Eurogrupo estimou em um comunicado que “estes dados confirmam a importância da ajuda financeira de até 100 bilhões de euros para a recapitalização das instituições financeiras” decidida em julho, “para conceder um respaldo confiável e facilmente disponível ao setor bancário espanhol”. Os dados publicados nesta sexta-feira “parecem indicar que Bankia será um dos principais beneficiários deste programa”, disse. “Reestruturaremos o Bankia com a finalidade de assegurar sua viabilidade de longo prazo e a plena proteção dos depósitos”, afirmou o Eurogrupo. Fortemente exposto ao setor imobiliário espanhol, o Bankia havia pedido em maio uma ajuda pública de 19 bilhões de euros, que soma-se a outros 4,5 bi já injetados pelo FROB. O banco já havia publicado uma perda líquida de 2,979 bilhões de euros em 2011. Em um esforço por sanear de uma vez por todas o setor financeiro do país, as autoridades espanholas impuseram aos bancos mais de 80 bilhões de euros em novas provisões em 2012, para protegerem-se essencialmente dos ativos imobiliários tóxicos acumulados desde o estouro da bolha imobiliária, em 2008.