Um morador do bairro Potecas, em São José, teve uma surpresa desagradável quando chegou em casa após uma reunião de trabalho no dia 29 de setembro, uma sexta-feira. As duas televisões da casa haviam sido roubadas, assim como o videogame de um dos seus filhos, seu computador, suas roupas, tênis e até os cerca de 50 pacotes de fraldas da sua filha recém-nascida. O furto a esta residência foi só mais um de uma série de roubos em plena luz do dia e durante a semana nas casas do entorno da Rua João José Martins.
Continua depois da publicidade

– Saí de casa às 13h, deixei meu filho na escola e fui atender um cliente. Foi aí que eles entraram. Levaram meus eletrodomésticos e todas as minhas roupas e tênis, só sobraram as roupas que estavam na máquina de lavar. Até os pacotes de fraldas que ganhamos no chá de bebê eles levaram – lamenta o vendedor de 26 anos, que pediu para não ser identificado.
Naquele dia, os ladrões já tinham feito a limpa na casa vizinha e só conseguiram entrar na residência do vendedor porque viram que havia uma porta dos fundos mais fácil de arrombar do que a da frente, que, além do portão, tem duas fechaduras tetra.
– A gente que está livre tem que ficar mais trancado que esses casqueiros. Até casa em construção eles invadem pra roubar os materiais. Um dos nossos vizinhos foi roubado três vezes e aí decidiu colocar a casa à venda. Está bem complicado – comenta o vendedor.
Continua depois da publicidade
Jemerson também tem uma casa na região e, assim como seus vizinhos, foi roubado durante a semana. De sua casa, levaram televisão, botijão de gás e amplificador de instrumento musical. Morador de Florianópolis, Jemerson só vai à casa de Potecas nos finais de semana, por isso acredita ser um “alvo fácil” para esses ladrões.

– Tem bastante ocorrência lá, quase todas durante a semana. Como minha casa fica vazia, é fácil pra eles. O policiamento passa só lá embaixo, poucas vezes, e a região tem fácil rota de fuga. Como eles fazem os roubos de dia e durante a semana, e a vizinhança toda está fora trabalhando, ninguém vê nada – afirma.
Policiamento escasso
A aposentada Valdevina Dias, de 61 anos, está morando temporariamente na casa de sua filha no bairro Potecas, para ajudar nas primeiras semanas de vida de sua neta. Da janela de casa, ela observa o movimento na rua e conta nos dedos as vezes em que vê uma viatura da polícia.
Continua depois da publicidade
– Olha, essas quatro casas ao lado já foram arrombadas. Nesta semana, à noite, passou um carro à toda e um dos passageiros atirou pela janela. Como aqui é muito afastado, fica fácil. O policiamento passa poucas vezes por dia, todas muito rapidinho – conta dona Valdevina.
A responsabilidade pelo patrulhamento na região é da 3ª Cia. do 7º Batalhão da Polícia Militar. O tenente Ricardo Machado, comandante da companhia, afirma que a cidade de São José tem uma grande demanda de ocorrências “190”, por isso as viaturas não conseguem fazer o patrulhamento com mais frequência.
– Se uma viatura está designada para rodar em Potecas às 10h30min e houver uma ocorrência às 10h15min, ela não vai fazer essa ronda. Essa região de Potecas é mais afastada e não é muito populosa, então esses crimes podem acontecer porque ninguém vê. Sabendo agora dessa onda de assaltos, vamos mandar uma equipe da Ronda Ostensiva Com Apoio de Motocicletas (Rocam) para a região – afirmou o tenente.
Continua depois da publicidade
A reportagem da Hora de Santa Catarina entrou em contato com Polícia Civil, responsável pelo registro de ocorrências nas 1ª e 2ª DPs de São José, que atendem o bairro de Potecas. Até o fechamento desta matéria, a polícia não havia informado o número de boletins de ocorrência de furto à residência registrados em setembro e outubro deste ano.