Parte do rosto queimado, uma orelha e o nariz, além do abalo psicológico. Em casa, nesta quinta-feira, o prefeito de Guarujá do Sul, no Extremo-oeste de Santa Catarina, José Carlos Foiatto (PSDB), 53 anos, tenta entender os motivos pelos quais bandidos tentaram queimá-lo vivo dentro de seu próprio veículo na noite de quarta-feira.
Continua depois da publicidade
O prefeito retornava com sua caminhonete de uma chácara na linha Caravaggio, interior do município. Por volta das 20h30min, o veículo foi atingido por uma pedra no para-brisa. Ao pará-lo, relatou ter sido surpreendido por dois homens encapuzados.
De acordo com a Polícia Militar, informada às 21h30min, Foiatto afirmou ter levado uma pedrada e com isso ficou inconsciente, acordando depois dentro da caminhonete em chamas. A polícia diz que ele conseguiu abrir a porta e sair a tempo.
Foram mobilizados PMs de São José do Cedro, Princesa e Guarujá do Sul, feitas buscas na região e comunidades vizinhas, mas ninguém foi preso.
A caminhonete foi toda destruída pelo fogo. O prefeito afirmou ao DC nesta quinta-feira por telefone que os criminosos levaram a sua carteira e suspeita que foi alvo de assaltantes (leia entrevista abaixo). Ele teve ferimentos leves e se recupera em casa.
Continua depois da publicidade
Foiatto está no primeiro mandato como prefeito. Antes, se elegeu vereador por duas vezes. Guarujá do Sul tem 5076 habitantes.
A investigação
A Polícia Civil não descarta que possa ter havido tentativa de latrocínio ou de homicídio.
Segundo o delegado Cleverson Luís Muller, de São José do Cedro, responsável pela investigação, o prefeito prestou depoimento na manhã desta quinta-feira e forneceu informações, mas ainda não há suspeitos.
O policial contou que ainda não se sabe se os autores estavam ou não armados e aguarda o resultado da perícia para apurar detalhes do incêndio ao veículo e o material utilizado.
Um fato que os policiais estranham é que, em caso de roubo, dificilmente os bandidos deixariam a caminhonete para trás.
Continua depois da publicidade
Entrevista: José Carlos Foiatto, prefeito de Guarujá do Sul
Diário Catarinense – O que aconteceu na noite de quarta?
José Carlos Foiatto – Estava voltando da minha chácara com a caminhonete quando fui abordado por dois homens que tentaram me assaltar. Eles jogaram antes uma pedra no para-brisa, por isso parei o carro.
DC – Disseram que era um assalto?
Foiatto – Logo pediram a minha carteira, jogaram uma pedra e desmaiei.
DC – Tentaram lhe queimar?
Foiatto – Acordei já tinham colocado fogo em mim. Consegui sair do carro com o rosto queimando. Por Deus que consegui sair. Aí sim fui sentir o fogo.
DC – Por que tentariam lhe queimar vivo?
Foiatto – Não sei, não posso comentar nada. A polícia está atrás. Não acredito que seja nada político e sim assalto mesmo.