Os fãs mais tradicionais de Roberto Carlos podem até torcer o nariz para as versões inusitadas de músicas do artista, mas o rock e a experimentação estão levando à redescoberta das canções do Rei. Para o público mais jovem, especialmente o adolescente, o som do cantor é associado à música brega, cafona ou, na melhor das hipóteses, tido como “coisa que a minha mãe gosta”.
Continua depois da publicidade
Esse Cara Sou Eu, que virou hit por estar na trilha sonora da novela Salve Jorge, da Rede Globo, ajudou (e muito) a desfazer essa imagem. Porém, bem antes disso, artistas como Skank, Cássia Eller e Pitty criaram versões de músicas do Rei, dando uma nova roupagem e atualizando canções que nunca sairão de moda. Pode ser que esteja aí um dos segredos do sucesso de uma carreira de 55 anos e que se renova constantemente.
Uma banda que se dedica exclusivamente a dar nova cara aos clássicos de Roberto Carlos é a paulista Del Rey, uma junção entre China e Mombojó e que faz releituras rock das clássicas do Rei e de Erasmo Carlos, o Tremendão. A ideia de tocar as baladas românticas surgiu após uma desilusão amorosa coletiva.
Com oito anos de estrada, o grupo experimenta novas sonoridades e atrai uma legião de fãs para cantar refrões rebeldes, como o de Ilegal, Imoral ou Engorda, ou melosos, como o de Como é Grande o meu Amor por Você. Vale conferir lá. De repente, rola inspiração para quem estava em dúvida se iriam ao não aos shows do Rei aqui em Santa Catarina. Serão três apresentações em abril. Para aqueles que já são iniciados, essa é a oportunidade para conferir os clássicos de perto e ouvir ao vivo o famoso “são tantas emoções!”. Para os novatos, é a chance de conhecer o original das faixas que vão entrar, de vez, na playlist (independentemente da versão).
Confira a entrevista com Chiquinho Moreira, tecladista da Del Rey:
Continua depois da publicidade
Por que Roberto Carlos?
Chiquinho Moreira – Resultado de um amor em crise e da vontade de expressar musicalmente a angústia que o desentendimento causava. Nada melhor do que as baladas do Rei , que tanto cantou sobre as inesgotáveis possibilidades de amor em toda sua plenitude romântica, para se fazer escutar.
Ele já conhece a banda? Curte o som de vocês?
Chiquinho – Não tenho muito certeza, mas sei que já tem muita gente próxima dele que conhece e curte a Del Rey. Já é um bom primeiro passo.
Quem vai ao show? Os convertidos que já sabem as letras ou os fãs das bandas de vocês?
Chiquinho – Acho que acaba existindo gente dos dois tipos. Vejo muita gente que fala que vai trazer a mãe no próximo show ou pessoas que aparecem para tentar reviver um pouco a Jovem Guarda que existe dentro deles.