Santo Amaro da Imperatriz, na Grande Florianópolis, carrega consigo, além do título de capital catarinense das águas termais e reduto de aventuras radicais, outro diferencial histórico: a música. A cidade que acabou de completar 54 anos na terça-feira também é prestigiada com o aniversário de 68 anos da banda de música, criada ainda quando a cidade era conhecida como Vila de Cambirela, em 1944.

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A Banda de Música de Santo Amaro da Imperatriz nasceu de uma reunião da comunidade na paróquia da antiga vila. Na época, 18 integrantes, entre músicos e aprendizes, semearem o caminho do grupo, hoje composto por cerca de 40 músicos, entre adultos e adolescentes.

Por lá, já passaram mais de 2 mil alunos, que podem ou não integrar a banda oficial. Para Maurício Abílio do Santos, 40 anos, pai de Maurício Abílio dos Santos Júnior, 13 anos, o filho ficou mais disciplinado, confiante e alegre depois que passou a frequentar a aulas

Há 38 anos, o atual maestro da banda, Almir José da Silva, 47 anos, iniciou sua trajetória artística como aprendiz de trompete. Hoje, além de comandar o grupo e ser regente da banda da Polícia Militar de Santa Catarina, em Florianópolis, Almir dá aulas de saxofone, trombones, percussão, flauta e trompa.

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O dom e o interesse é familiar, já que o avô e o pai, Almir Hercílio da Silva, 70 anos, também trilharam o mesmo caminho em Santo Amaro da Imperatriz. O irmão de Almir, Rafael Almir da Silva, 35 anos, seguiu a mesma trajetória. Ele entrou na banda com a idade do seu filho, Artur Cunha da Silva, seis anos, que já faz parte da escolinha, tocando bateria.

– A música é minha vida. É uma arte que está presente em tudo. O mundo gira em torno da música. Almir José da Silva, atual maestro da banda.

Confira o vídeo com o ensaio

Muita vontade e pouco dinheiro

A manutenção da banda, tanto de profissional quanto de aprendizes, é uma tarefa árdua, segundo o presidente da entidade, Humberto Alcino da Silva. Músico, ele conta que a comunidade é a responsável pela banda estar de pé. As despesas mensais giram em torno de R$ 3 mil.

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O dinheiro, usado para pagar luz, água, manter os instrumentos, confeccionar uniformes e custear as viagens, é arrecadado em apresentações e almoços beneficentes, além da contribuição de projetos parceiros com o Estado e o município.

Sem patrocínio fixo, Silva enfatiza que o ideal seria ter uma receita de R$ 5 mil mensais para cobrir todas as despesas, já que todo o aporte ao ensinamento da música é de graça: instrumentos, material didático e uniforme.

– Já vi muita banda acabar por falta de verba. O trabalho social é o maior exemplo que a banda pode deixar para a sociedade catarinense. Muitos músicos se formaram aqui como integrantes do Dazaranha, de bandas da Polícia Militar, Exército, Marinha e até da Orquestra de Curitiba.

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Projeto para tocar na Copa 2014

Entre os sonhos de prosseguir com a tradição musical, a banda pretende representar o Estado na Copa 2014. Com o projeto intitulado Santa Catarina na Copa 2014, o grupo almeja tocar em algum evento no sul do país, que vai sediar a Copa, para representar os catarinenses.

O documento, que também solicita a participação da banda na Copa das Confederações, está finalizado e será encaminhado ao ministro do Esportes, Aldo Rebelo, por intermédio da ministra de Relações Institucionais, Ideli Salvatti. Outro degrau a subir com projetos para que a banda abrace o país é tocar nos concertos da Igreja da Candelária, no Rio de Janeiro. Há dois anos, Santo Amaro da Imperatriz tenta fazer parte da revitalização cultural do Centro Histórico do Rio, que recebe bandas clássicas renomadas.

Serviço

Escola de aprendizes: inscrições abertas

Quem pode participar: crianças, jovens e adultos da Grande Florianópolis

Aulas: sempre aos sábados, pela manhã

Endereço da sede: Rua Olíbio Hahn , 50, Centro Contato: (48) 9958-7267 ou bandasantoamaro@gmail.com

Site: www.bandasantoamaro.org.br