Uma notícia veiculada em outubro no site do a-ha (o nome da banda é escrito em minúsculas) atordoou os fãs do grupo norueguês. A nota explicava que a Foot of the Mountain seria o último disco e que o a-ha se despediria dos palcos e estúdios em 2010. Antes do fim, o grupo fará uma turnê de despedida que terá a América do Sul como partida.

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– Iremos no início de março para Buenos Aires e logo depois partiremos para o Brasil – afirma, por telefone, o tecladista, guitarrista e fundador Magne Furuholmen.

Segundo Magne, o fim foi decidido pelas três partes da banda que, além do tecladista, conta com o vocalista Morten Harket e o guitarrista Paal Waaktaar-Savoy.

Gravar Foot of the Mountain foi um parto. Tivemos inúmeras discussões quanto à sonoridade do álbum e não quero que em um futuro próximo essas brigas atrapalhem nosso relacionamento – explica Magne.

Tudo porque o tecladista não queria mais um disco orgânico.

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– Nossos arranjos são dramáticos, a voz do Morten é apaixonante. Se usássemos novamente orquestra e instrumentos orgânicos ficaria over. Decidi que este último álbum dialogaria com nossos sucessos como Scoundrel Days (1986) e Hunting High and Low (1985). É bem mais eletrônico, sintético, como o som que ajudamos a formatar nos anos 80.

Desde a volta no ano de 2000, o a-ha lançou quatro álbuns e conseguiu superar o preconceito de que era apenas mais um grupo de rapazes bonitinhos.

– Tivemos muita sorte de voltar há dez anos. As pessoas tinham um estereótipo, mas gente como Chris Martin (vocalista do Coldplay) e Noel Gallagher (guitarrista do Oasis) sempre foram generosos nessa volta do a-ha – diz Magne, que explica o que quer dizer com generosos:

– Noel disse que Train of Thought (de 1986) é seu single preferido. Hoje não somos mais mal entendidos e consigo dormir tranquilo. Quando a banda acabou em 1993, estávamos em frangalhos – lembra.

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Magne tem um projeto chamado Apparatjik, com o baixista Guy Berryman, do Coldplay, e pensa em investir em artes visuais após o fim do grupo. Há dois anos foi convidado a integrar a banda Travis, mas no mesmo momento gravava o último álbum do a-ha.

– Nomes como Coldplay, Travis e Keane sempre disseram que nós fomos uma influência.

E para os fãs brasileiros, Magne, que atualmente diz escutar Radiohead, MGMT, Sufjan Stevens e música norueguesa contemporânea, deixa um recado:

– Vamos ao Brasil para celebrar o fim do a-ha com os fãs. Não quero que seja uma despedida triste. Queremos sempre ser lembrados como uma banda que fez grandes escolhas. Quando eu tiver 75 anos e olhar para trás, tocar no Brasil sempre vai estar na minha memória.