Os bancos brasileiros fecharam 200 agências no ano passado, somando 22,9 mil unidades na comparação com o total de 23,1 mil de 2014, conforme dados do Banco Central publicados, nesta terça-feira, pela Federação Brasileira de Bancos (Febraban). Além de ser a primeira queda nos últimos anos, considerando que o total corresponde a 17 bancos, responsáveis por 96% da rede física no Brasil, o segmento retornou ao patamar de 2013 em número de agências.

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Gustavo Fosse, diretor setorial de tecnologia e automação bancária da Febraban, explicou, em coletiva de imprensa, que a redução das agências físicas assim como a vista em correspondentes bancários e postos de atendimento (PABs) reflete a conjuntura econômica do país, as estratégias de cada banco e também a preferência dos clientes que têm recorrido mais fortemente aos canais digitais.

— Apesar do ajuste no ano passado, os meios físicos se mantêm muito relevantes. Não vejo como uma tendência, mas como um ajuste — afirmou ele, a jornalistas.

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De acordo com o diretor da Febraban, o ritmo de abertura ou fechamento de agências será ditado pelos próprios clientes. No entanto, os bancos, na sua opinião, têm preferido manter a rede física, mas alteraram o seu perfil. Nos grandes centros, o foco é no perfil consultivo e operações mais customizadas como, por exemplo, o financiamento imobiliário.

— Seria ruim automatizar isso também — destacou, acrescentando que há ainda serviços e produtos que não contam com regulamentação para serem automatizados em canais digitais.

Sobre o impacto da concentração bancária no fechamento das agências no Brasil, com a venda do HSBC para o Bradesco e a eventual saída do Citibank da área de varejo no país, Fosse afirmou que a redução na rede física pode ocorrer, mas não soube dizer em qual intensidade.

— O que discutimos na Febraban é que, independente dos fatores, os bancos mantenham a qualidade do serviço e atendimento — afirmou Fosse.

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PABs e PAEs

Assim como o número de agências, a quantidade de postos de atendimento bancário (PABs) e de postos de atendimento eletrônico (PAEs) reduziram em quase 11% no ano passado, de 51,0 mil em 2014 para 45,5 mil, de acordo com a pesquisa da Febraban.

Apesar da queda no número absoluto de agências físicas, a distribuição regional, conforme a Febraban, permaneceu estável no ano passado. A região Sudeste permaneceu com a maior rede física, de 12,1 mil agências e participação de 52%. Na sequência, ficou o Sul com 4,3 mil unidades e fatia de 19%. Nordeste permaneceu na terceira colocação com um total de 3,6 mil agências e participação de 16%, seguida do Centro-Oeste (1,8 mil e 8%) e Norte (1,1 mil e 5%).

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*Estadão Conteúdo