Completo, natural e gratuito. O leite materno é o melhor alimento para os bebês, especialmente os prematuros, pois reúne todos os nutrientes necessários para o bom desenvolvimento da criança até os dois anos de vida. Um dos principais estímulos para a produção do leite é o contato do bebê com o seio da mãe.
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Quando isso acontece o cérebro libera um hormônio chamado ocitocina, responsável por dar início ao fluxo de leite. No caso das mães de prematuros, a amamentação é interrompida durante o período em que os bebês precisam ficar na incubadora, por isso os bancos de leite têm papel fundamental nos primeiros dias de vida dos pequenos.
– Coletamos o leite das mães que estão na maternidade e de mães que já saíram, mas produzem leite de sobra para doar, e fornecemos aos bebês – conta a enfermeira Márcia Rovaris, do banco de leite da maternidade Darcy Vargas, em Joinville.
No mês de março, a equipe de Márcia ficou preocupada. Havia apenas 55 litros para fornecer aos cerca de 30 prematuros internados.
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– Fizemos campanha nos meios de comunicação pedindo que as mães doassem leite. A resposta foi impressionante. Apareceram muitas doadoras, conseguimos triplicar a quantidade de leite disponível – diz a enfermeira.
A dificuldade para manter um bom número de doadoras é enfrentada pelos outros 11 bancos de leite em Santa Catarina. Na maternidade Carmela Dutra, em Florianópolis, dos quatro freezers para armazenamento de leite, apenas um está cheio.
– Quando chega o inverno as mães se sentem menos estimuladas a fazer a doação, então, é comum ter uma baixa no estoque – afirma Jaqueline Locks, enfermeira do banco de leite da Carmela Dutra.
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Para facilitar a doação muitos bancos de leite possuem um veículo especial que vai até a casa da doadora buscar o alimento materno. Todo o esforço para incentivar a doação é válido, tanto em termos de saúde, quanto de economia, já que fórmulas lácteas industrializadas são caras.
Para se tornar uma doadora é preciso estar saudável e procurar o banco de leite mais próximo. Lá, serão feitos exames para avaliar a qualidade do leite, que depois será pasteurizado e utilizado em até seis meses. O leite cru, isento de qualquer processo para eliminar bactérias, dura até 15 dias no congelador.
O pediatra Cecim El Achkar dá algumas dicas para aumentar e melhorar a qualidade do leite:
– Durante a gravidez e a amamentação é recomendável evitar o consumo de leite e derivados, pois são de difícil digestão e prejudicam a absorção dos nutrientes de outros alimentos. Farinhas brancas também devem ser evitadas por serem indutoras do desenvolvimento de alergia ao glúten. Bebês que tomam leite de mães consumidoras de açúcar em excesso podem ficar muito agitados, irritados e com predisposição ao diabetes. É importante beber bastante água, chá de capim limão e funcho, eles ajudam na produção do leite – diz o médico.
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