O Banco do Brasil (BB), o maior banco público brasileiro, anunciou hoje que iniciará na próxima semana o processo de troca de informações para adquirir o Banco Nossa Caixa, propriedade do Estado de São Paulo, enquanto os bancos privados do país pedem um leilão para o negócio. O anúncio, além de disparar em 31,88% o valor das ações do principal banco regional do país na Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa), despertou o descontentamento das instituições bancárias privadas, como Bradesco, Itaú e Unibanco, que pedem ao governo de São Paulo uma venda por leilão.

Continua depois da publicidade

Na próxima semana, segundo comunicou o BB, altos funcionários da instituição se reunirão com os da Nossa Caixa, após oficializar a intenção do negócio, embora sem revelar o montante do mesmo. O BB prevê que o processo de negociação se estenda por cerca de seis meses.

Uma eventual compra da Nossa Caixa, de acordo os analistas de mercado, permitiria ao BB conter a expansão de seus concorrentes privados, que diminuíram as distâncias nos últimos anos frente à liderança do estatal.

No relatório anual do Banco Central (BC), o BB tinha em 2007 ativos no valor de R$ 357,750 bilhões, que com a aquisição e projeções passariam para R$ 405,2 bilhões. A Nossa Caixa, no mesmo relatório, aparece como o 12º maior banco do país com ativos no valor de R$ 47,440 bilhões, aumentada com o pagamento salarial dos servidores públicos do Estado, no valor de R$ 2 bilhões. Já no primeiro trimestre, o banco paulista teve um lucro líquido de R$ 114,9 milhões, para um aumento de 31% em relação ao mesmo período de 2007.

Além do negócio com a Nossa Caixa, o BB está em processo de negociação para adquirir outros importantes bancos regionais, como o Besc (Santa Catarina), BRB (Brasília) e BEP (Piauí).

Continua depois da publicidade

Com o anúncio do BB, os principais bancos privados se pronunciaram contra o negócio e foram unânimes em pedir um leilão para a venda. Bradesco e Itaú, os dois maiores do setor privado, e Unibanco expressaram seu desejo de participar de um eventual leilão para a aquisição da Nossa Caixa, pedindo “transparência e direito de concorrência”.