A estrutura física do Banco de Olhos de Criciúma está pronta, mas o serviço só começará a funcionar nos próximos meses. O espaço junto ao Hospital Infantil Santa Catarina custou R$ 300 mil foi inaugurado na manhã desta quarta-feira, ainda sem equipe técnica contratada para começar a trabalhar. Assim que entrar em funcionamento, o banco deve zerar a fila de transplantes no Sul de Santa Catarina e auxiliar nas demais regiões.
Continua depois da publicidade
Segundo a SC Transplantes, a fila de espera para córneas estava em 72 pacientes no mês de novembro. Em Criciúma, são cinco pessoas que aguardam por um procedimento para voltar a enxergar. Este ano já foram realizadas 574 cirurgias desse tipo em Santa Catarina, Estado referência em doação de órgãos. O prefeito Márcio Búrigo disse que entrega a obra pronta, e que a partir de agora quem dará andamento é a próxima gestão a assumir dia 1º de janeiro.
— O espaço físico está pronto, 100% com equipamentos, tudo encaminhado. Agora é preciso fazer a contratação da equipe que irá atuar no banco, determinar o fluxo de trabalho com a SC Transplantes e encaminhar o cadastro no Ministério da Saúde para começar a funcionar — explica a gerente de Convênio e Projetos de Saúde, Neli de Souza.
O prefeito criticou a demora e a burocracia para a liberação dos recursos e conclusão da obra, que ele gostaria de ter entregue mais cedo e em pleno funcionamento. Há 10 anos, a Vigilância Sanitária passou a exigir um espaço físico específico para o tratamento das córneas a serem transplantadas, e Criciúma ficou sem oferecer o serviço.
Presidente da Cruz Vermelha e funcionário do Instituto Médico Legal (IML) de Criciúma, Almir Fernandes é um dos idealizadores do banco e acompanha de perto as perdas de córneas que poderiam ser doadas se o serviço estivesse em funcionamento. Segundo Fernandes, as perdas chegam a 500 córneas, somente de mortes no IML, desde o segundo semestre de 2010. Caso todas as córneas estivessem aptas para doação e a família autorizasse, este ano teriam sido captadas 130 córneas somente na cidade.
Continua depois da publicidade