Duas janelas e um equipamento que emite senhas quebrados. Este foi o resultado da quinta tentativa de roubo ao Banco do Brasil, no Centro, em Ilhota nos últimos sete meses. Domingo, porém, os bandidos deixaram de lado o maçarico e optaram por usar explosivos para tentar abrir os quatro caixas eletrônicos da agência. A carga, que já estava montada e em condições de explodir, foi deixada para trás durante a fuga e precisou ser desarmada pela equipe do Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope) da Polícia Militar.
Continua depois da publicidade
Sem vigilantes após as 19h, a agência foi invadida por dois homens por volta das 3h20min. Quando o alarme disparou, os bandidos desistiram de levar o roubo adiante e fugiram quebrando os vidros da frente, pois a porta travou. Segundo a Polícia Militar, um deles se feriu, pois de manhã havia marcas de sangue na janela.
Na fuga, os 600 gramas de explosivo foram deixados sobre o tapete em frente à porta de saída. Pessoas que viram os criminosos fugindo contaram à Polícia Militar que um deles carregava uma mochila grande, aparentemente com mais explosivos para serem colocados nos outros caixas.
Apesar de morar a 20 metros do banco, a dona de casa Maria da Silva não ouviu o alarme da agência tocar e só soube que havia algo diferente ocorrendo quando o filho chegou, por volta das 6h, e contou que a rua estava cercada por policiais.
Continua depois da publicidade
Apesar da crescente onda de ataques a caixa eletrônicas na região, o proprietário do bar em frente ao banco, Mauro Migliori, diz que não há motivos para sentir medo:
– Acho que foi coisa de moleque. Se fossem profissionais, eles teriam terminado o serviço.
O carro usado na fuga está sendo investigado pela Polícia Civil. Ontem pela manhã, um Fiat Siena, roubado sábado em Penha, foi encontrado no Loteamento Santa Regina, na Rodovia Jorge Lacerda, no limite entre Ilhota e Itajaí. Segundo a Polícia Militar, há chances do veículo ter sido usado pelos bandidos, pois no banco havia manchas de sangue.
Policiais do Bope detonam explosivo
Para detonar o explosivo abandonado no Banco do Brasil de Ilhota, quatro policiais do Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope) da Grande Florianópolis foram acionados às 4h30min de domingo. O procedimento de explosão ocorreu às 8h.
Continua depois da publicidade
A carga foi removida da agência e colocada, envolta por pneus velhos, em um buraco de aproximadamente 40 centímetros de profundidade, nos fundos do Ginásio Municipal de Esportes Oswaldo Teixeira de Melo , na Rua Leoberto Leal, com uma contra carga de outro tipo explosivo, usado apenas para acionar a espoleta.
– O procedimento foi o esperado e não houve danos para pessoas ou propriedades, pois tomamos medidas de direcionamento de onda de choque e alcance dos possíveis estilhaços – explica o capitão da Polícia Militar e explosivista do Bope, André Luís Binder.
A técnica usada para explodir o material segue os princípios internacionais de ocorrências com explosivos, conforme o capitão.
Continua depois da publicidade
De acordo com Binder, o número de ocorrências semelhantes aumentou. Atualmente, são feitas uma ou duas detonações por semana. No ano passado, era uma por semestre