Banco da Inglaterra baixa taxa básica a 1,5% pela primeira vez na história

O Comitê de Política Monetária do Banco da Inglaterra (autoridade monetária) decidiu hoje reduzir em 0,5 ponto a taxa básica de juros, para 1,5%, um número nunca atingido desde a fundação da instituição bancária, em 1694. Para fazer frente à recessão econômica, o banco central inglês realizou vários cortes desde outubro, quando a taxa de juros estava em 5%.

O corte de hoje era amplamente esperado pelos analistas da City de Londres (centro financeiro), mas alguns não descartavam que o comitê monetário – formado por nove pessoas – reduzisse os juros para 1%. Ao justificar a decisão de hoje, o banco afirmou que a economia mundial passa por uma grande e incomum desaceleração.

– A confiança dos negócios e do consumidor caiu consideravelmente. O crescimento comercial mundial pode ser este ano o mais fraco em muito tempo – acrescentou a instituição.

Na Grã-Bretanha, houve uma queda da atividade econômica no quarto trimestre de 2008 e a produção pode continuar caindo consideravelmente na primeira metade de 2009, afirmou o banco, que antecipou que a inflação pode descer. Os fortes cortes dos juros realizados pelo banco nos últimos meses têm como objetivo evitar uma recessão profunda e prolongada, que alguns analistas consideram pode ser a mais dura desde a Segunda Guerra Mundial.

No mês passado, o banco justificou o corte com que a situação das empresas se deteriorou, enquanto a despesa do consumidor e o investimento empresarial frearam. Além disso, várias empresas começaram a eliminar postos de trabalho, enquanto continuam as quedas nas vendas de veículos e imóveis.

A venda de automóveis novos na Grã-Bretanha caiu 11,3% em 2008 frente a 2007, segundo a associação de fabricantes automotivos SMMT, que advertiu que 2009 pode ser pior. A SMMT estima que as vendas durante este ano podem cair ao nível mais baixo desde 1992, quando o Reino Unido atravessava uma recessão econômica.

Segundo a entidade de crédito hipotecário Nationwide, os preços das propriedades caíram 15,9% em 2008, a maior queda anual desde que este tipo de dado começou a ser registrado, em 1991. A Nationwide considera que os preços imobiliários podem descer ainda mais em 2009, antes que o mercado consiga se reativar. Além disso, o desemprego no Reino Unido subiu e está em 1,82 milhões de pessoas, o que equivale a 5,8% da força de trabalho do país, a porcentagem mais alta em 11 anos.

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