Nas últimas eleições em Santa Catarina, das 40 vagas para deputado estadual, as mulheres ocuparam 10% delas, ou seja, quatro vagas – atualmente são cinco, pois a suplente Dirce Heiderscheidt (PMDB) assumiu uma cadeira. Já Luci Choinacki (PT) foi a única eleita como deputada federal.
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Embora as eleições de 2010 tenham representado a maior participação delas nas bancadas no Estado, as parlamentares ainda consideram tímida a presença feminina na política catarinense.
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A deputada Angela Albino (PCdoB) diz que Brasil é um dos países que tem a menor participação política de mulheres e que Santa Catarina é o Estado do país que tem a menor participação.
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– Isso reflete na ausência de construção de políticas públicas de alguns setores. Por exemplo, Santa Catarina é o Estado com maior diferença salarial entre homens e mulheres – afirma Angela.
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Para diminuir a diferença entre homens e mulheres nas urnas, a solução passa por estímulo dos partidos, encorajamento das candidatas e envolvimento duradouro delas com a atividade política.
– A mulher não pode ser imediatista de achar que entra hoje no partido, amanhã já é candidata e depois já está eleita. Não é assim em carreira nenhuma, muito menos na política – defende a deputada estadual Ada de Luca (PMDB).
A falta de espaço para as mulheres dentro dos partidos também foi apresentada como um obstáculo pelas parlamentares. Para Luciane Carminatti (PT), a legislação eleitoral não estimula que as mulheres tenham espaços internos nos partidos e tenham acesso a recursos do fundo partidário.
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A reestruturação das legendas foi apontada por Dirce Heiderscheidt (PMDB), que afirma que falta incentivo para a participação das mulheres.
Além disso, um dos principais desafios é ter candidatas que tenham chances efetivas de eleição, não estimular as “candidatas laranjas”. Ana Paula Lima (PT) reforça que a prioridade não deve ser colocar nomes na chapa apenas para cumprir a cota estabelecida por lei, mas candidatas que tenham condições de concorrer em igualdade com os homens. Para ela, é necessário avançar mais, afinal as mulheres “são a maioria da população em Santa Catarina e a maioria nas universidades”.
– Para participar, é preciso acreditar, ter coragem e enfrentar a batalha, não existe receita pronta para as mulheres. E elas precisam acreditar que são imprescindíveis para a democracia – finaliza a petista Luci Choinacki.