As eleições de 2 de outubro trouxeram uma mudança significativa na composição da bancada catarinense na Câmara dos Deputados. Além de consolidar a força do PL — e por consequência do bolsonarismo — em Santa Catarina, a nova composição de deputados federais conta com a maior presença de mulheres, queda na quantidade de partidos e retorno de nomes importantes da política catarinense ao cargo.

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Dos 16 deputados eleitos neste domingo, oito conquistaram a reeleição: Daniel Freitas (PL), Professor Pedro Uczai (PT), Carol de Toni (PL), Carlos Chiodini (MDB), Fábio Schiochet (União Brasil), Carmen Zanotto (Cidadania) e Ricardo Guidi (PSD). Já nomes como Hélio Costa (PSD) — que foi o deputado mais votado em 2018 —, Geovânia de Sá (PSDB) e Ângela Amin (PP), ficaram de fora da bancada.

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Outros oito nomes estarão em seu primeiro mandato para deputado federal, entre eles a vice-governadora Daniela Reihner e Zé Trovão, caminhoneiro conhecido por ser apoiador do presidente Jair Bolsonaro, ambos pelo PL, além de Ana Paula Lima, do PT, que nas últimas eleições perdeu a cadeira por um voto.

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A deputada mais votada em Santa Catarina em nível federal foi Carol de Toni (PL). Ela recebeu 227.632 votos, mais que o dobro dos obtidos em 2018, quando foram 109.363 votos.

Representatividade feminina cresce

Santa Catarina teve aumento na representatividade feminina na Câmara dos Deputados. No domingo, cinco mulheres foram eleitas deputadas federais, ocupando 31,25% dos 16 lugares reservados aos catarinenses. Em 2018, foram quatro deputadas.

Porém, em outros pontos, o Estado ainda esbarra na falta de diversidade em âmbito nacional. Isto porque entre os eleitos não há deputados negros ou pardos, apesar de Santa Catarina ter registrado 20 candidaturas em 2022.

Em relação à idade, a média entre os deputados é de 46 anos. Os mais velhos são Jorge Goetten (PL) e Carmen Zanotto (Cidadania) com 60 anos, enquanto os mais novos são Zé Trovão (PL) e Fábio Schiochett (União Brasil), com 34.

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PL sai vitorioso também na Câmara

A bancada catarinense também registrou uma menor pluralidade de partidos na composição dos próximos quatro anos. Ao menos sete siglas garantiram vaga na Câmara de Deputados, três a menos que em 2018, quando dez conquistaram ao menos uma cadeira no plenário.

Assim como na Alesc, o PL foi a sigla com o maior número de eleitos na Câmara por Santa Catarina. O partido acumulou seis cadeiras com o resultado das eleições de domingo. Em seguida vem MDB, com três, e PSD e PT, ambos com duas vagas.

Para o cientista político Tiago Borges, o cenário mostra que o Estado pode despontar como forte oposição ao governo federal, caso o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva seja eleito no segundo turno.

— Em eventual vitória de Bolsonaro, a bancada vai apoiar de maneira mais fiel. Agora, se Lula vencer, os deputados vão ser mais de oposição. De qualquer modo, as bancadas vão entrar em uma disputa de negociação de políticas com as bases, a fim de garantir os interesses de Santa Catarina — diz.

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