Sabe aquele produto que você tem certeza de que só existe em uma região do planeta, que tem um sabor único, que a indústria mais sofisticada não consegue igualar com produtos químicos? Os produtores de banana da região do Vale do Itapocu, liderados por Corupá, estão buscando esse reconhecimento, como a banana mais doce do País.

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A certificação é, na verdade, o selo de Indicação Geográfica (IG), do Ministério da Agricultura. O slogan dos produtores é “Doce por Natureza” e uma série de entidades ligadas à produção de banana no Estado já estão trabalhando para que o diferencial seja reconhecido.

O objetivo é provar que o clima e o relevo da região produzem características únicas na fruta de Corupá, Jaraguá do Sul, Schroeder e outros municípios da região, desde Garuva até São João do Itaperiú.

O primeiro passo para o reconhecimento já foi dado. Técnicos da Ciram/Epagri apresentaram um estudo de caracterização de relevo e clima da região de Corupá, que a diferencia de outras regiões produtoras no mundo.

Características como a produção subtropical, pouca exposição ao sol no inverno e temperaturas mais baixas à noite, transformam o sabor da fruta, que é mais doce, e a deixam mais escura, além de aumentar o tempo de maturação e durabilidade da banana.

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O registro de Indicação Geográfica (IG) é conferido a produtos ou serviços que são característicos do seu local de origem, o que lhes atribui reputação, valor intrínseco e identidade própria, além de os distinguir em relação aos seus similares disponíveis no mercado.

Por isso, é com base científica que os produtores pretendem demonstrar que a banana da região é única, mais doce e merece esse reconhecimento.

O IG é dado aos produtos que apresentam uma qualidade única em função de recursos naturais como solo, vegetação, clima e saber fazer (know-how ou savoir-faire).

O Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI) é a instituição que concede o registro e emite o certificado, mas todo o trabalho de fomento é feito pelo Ministério da Agricultura. De acordo com o pesquisador da Epagri, Hamilton Vieira, as condições climáticas da região são únicas e não podem ser reproduzidas em nenhum outro lugar.

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– As características da banana produzidas nos três municípios são consequência das condições do relevo e clima, tanto que essas características são praticamente independentes do meio de produção – diz.

O registro de Indicação Geográfica da Região da Banana é um trabalho conjunto entre a Associação de Bananicultores de Corupá (Asbanco), Sebrae/SC, Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina (Epagri) e Universidade Federal de Santa Catarina, com o apoio da Secretaria de Estado da Agricultura e da Pesca.

Vantagens Com o estudo da Ciram/Epagri o próximo passo é um documento do Governo do Estado que reconheça a região formada por Corupá, Jaraguá do Sul e Schroeder como a “Região da Banana de Corupá”, uma exigência do Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI).

Nas próximas semanas, a UFSC deverá entregar os resultados da pesquisa sobre a qualidade da banana produzida nos três municípios e seus diferenciais em relação àquelas produzidas em outras regiões de Santa Catarina e fora do Estado.

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Todas as análises e estudos feitos serão anexados ao processo para o reconhecimento de Indicação Geográfica, a expectativa é de conquistar a certificação no final de 2016. O selo de IG pode representar uma vantagem competitiva para os bananicultores da região.

O secretário adjunto da Agricultura e da Pesca, Airton Spies, destaca que além de demonstrar a organização e qualificação dos produtores, o selo agrega valor à fruta produzida na região.

Confira as informações do Vale do Itapocu.

– São detalhes que se transformam em vantagem competitiva. Nós vamos usar o que a natureza nos deu para valorizar e agregar valor à banana da região de Corupá.

Para que o bananicultor possa utilizar o selo de IG ele deverá estar vinculado a uma associação de produtores, com um corpo técnico que possa garantir a qualidade da fruta e se ela se enquadra nos requisitos necessários.

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De acordo com o presidente da Asbanco, Marcos Martini, haverá ainda a rastreabilidade da banana, ou seja, os consumidores saberão a origem da fruta e como foi produzida.