A balsa Gerhardt Starke, mais conhecida como Balsa do Passo Manso, que faz a ligação entre as ruas Arnold Hemmer e a Bahia, já tem data para deixar de operar: 30 de agosto. O aviso foi dado nesta terça-feira por um funcionário do Seterb aos balseiros. A alternativa aos moradores da região será usar a Ponte do Badenfurt, que inaugura no próximo domingo.O presidente do Seterb, Sérgio Ricardo Chisté Santos, confirmou a informação de que ela será desativada no local, mas informou que ainda não há data e que a prefeitura irá divulgar uma nota ao longo da semana explicando sobre o futuro da embarcação que serve à população desde 1993.
Continua depois da publicidade
Segundo o secretário de Planejamento, Alexandre Gevaerd, o governo vem estudando o que fazer com a balsa há muito tempo e optou por atracá-la na usina da Celesc, no bairro do Salto:
– Já cogitamos em trazê-la para o Centro Histórico quando ele estiver reurbanizado. Por enquanto, deixaremos ela atracada na usina onde não há correnteza por um bom tempo. Nesta semana, estamos discutindo com empresas de transporte para saber qual a melhor alternativa para transportá-la até lá.
Diretora do Arquivo Histórico, Sueli Petry conta que a travessia começou antes mesmo do início da construção da Ponte do Salto, no fim do século 19. A embarcação que transportava pessoas e mercadorias era a única maneira de atravessar o rio Itajaí-Açu do Badenfurt ao Passo Manso.
Atualmente, a balsa faz cerca de 200 viagens por dia, leva dois veículos e 20 pessoas e funciona das 4h30min às 22h. O futuro da profissão do balseiro Ademio Dalberto é incerto, mas ele tem certeza da saudade que vai ficar da redescoberta diária do Itajaí-Açu e das muitas amizades que fez em 13 anos de trabalho. Foi durante as muitas travessias que faz diariamente que conheceu a esposa, Jaqueline Teodoro, que até hoje usa a balsa às 7h e às 17h para ir e voltar do trabalho.
Continua depois da publicidade
– Nós conhecemos aqui quando eu tinha 25 anos graças à balsa. Hoje temos dois filhos, um de seis e outro de três anos, a embarcação faz parte da nossa vida. Gostaria que alguém cuidasse dela como nós balseiros cuidamos dela todos os dias. Ela não pode ficar abandonada por aí que nem ficou o Vapor Blumenau na Prainha.