Técnica, coragem e preparo físico. Esses são os ingredientes fundamentais para a prática do freeride, a modalidade que coloca os pilotos de jet ski para surfar nas ondas da Praia Grande, em Balnéário Piçarras, sede da terceira e última etapa do circuito da Internacional Freeride Watercraft Association (IFWA). O evento termina neste domingo, com a definição do campeão mundial da categoria.

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Os pilotos da categoria fazem coro para listar as vantagens de ser um freerider em relação as outras categorias de competição que envolvem o jet ski, como o freestyle (estilo livre), o ski (corrida), e o runabout (corrida de jet com assento). Campeão brasileiro de freestyle aos 16 anos, o baiano Bruno Jacob, 24 anos, se dedica exclusivamente ao freeride desde 2007, devido a algumas diferenças:

– Nas ondas é muito mais diversão, enquanto no freestyle você passa mais tempo ajustando o motor do que em cima do jet – compara o piloto, campeão de um campeonato no Peru e quarto colocado no ranking mundial.

O custo é outro fator importante. Para participar de temporada na categoria freestyle, por exemplo, é preciso um investimento anual de R$ 100 mil para adaptações, porque o motor precisa ter uma potência maior (230 hp). Já o freeride pode ser feito com jet ski original (80 hp), ao custo de R$ 20 mil.

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O gaúcho Tiago Geitens, 23, é outro piloto de freeride que defende a expansão da modalidade. Após ganhar títulos regionais, brasileiros e até mundial em corridas, o gaúcho se dedica aos treinos nas ondas do litoral gaúcho e catarinense desde 2007 e participa do circuito mundial.

– A técnica do freeride é muito bom para as corridas, assim como a habilidade no freestyle também ajuda na hora de fazer o freerider. Mas a competição de freestyle, por exemplo, é monótona – explica.

Para o catarinense André Martins, 35 anos, o freeride é sua filosofia de vida. O piloto de Tubarão conta que surfa de jet ski desde 1993 e desde 2005 é profissional. Martins ressalta uma das evoluções da categoria:

– Hoje em dia é um esporte clean. Usamos óleo sintético combinado com gasolina de avião, e o resíduo que fica no mar é insignificante se comparado com os combustíveis anteriores. É a competição é que faz a gente aprender isso – explica.

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O carioca Antônio Farias, 28 anos, também se encantou com o freeride em 2007. Médico cardiologista, Farias treina nos finais de semana e resume os motivos que fazem da modalidade uma febre entre os pilotos de jet ski:

– É muito mais emocionante. É como se fosse motocross nas ondas, até pelas manobras, como o backflip (salto mortal com o jet ski). Demora um pouco para fazer as manobras aéreas, mas é preciso ter técnica e coragem para encarar as ondas – completa.